Preconceito e discriminação estão entre os dramas abordados na versão nacional de 'Carrossel', que estreia em 21 de maio. 'A escola é um laboratório para a vida', diz a autora Íris Abravanel
Redação Publicado em 07/05/2012, às 19h39 - Atualizado em 31/05/2012, às 21h22
O ano letivo começa no dia 21 de maio na Escola Mundial – o colégio onde se passam boas partes das aventuras de Carrossel. Com drama, romance e humor no enredo, a novela estreia em duas semanas com a missão de incentivar o diálogo entre pais e filhos, que, segundo a autora Íris Abravanel (62), foi a motivação para o remake do grande sucesso mexicano, produzido em 1989.
“A ideia surgiu da minha filha Daniela Beyruti (diretora artística do SBT). Ela sempre tocava nesse assunto das lembranças de Carrossel. Era outra época, 20 anos atrás era tudo diferente, as famílias ficavam mais reunidas em volta da televisão. Com esse corre-corre elas estão se distanciando um pouquinho”, disse Íris durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 7, na emissora.
O preconceito e a discriminação - temas abordados na versão original -, foram suavizados, mas mantidos na adaptação brasileira. A rejeição de Maria Joaquina (Larissa Manoela), a menina rica que esnoba o colega de classe Cirilo (Jean Paulo Santos) por ser pobre e negro, promete ser um dos pontos de maior comoção da novelinha. “O preconceito vai existir, é uma forma de lidar com a verdade”, antecipa Íris. “Nós não tiramos porque é uma oportunidade dos pais dialogarem com os filhos, das crianças aprenderem a se safar dessa situação. A escola é um laboratório para a vida. Eles precisam aprender a se defender”, completou, classificando a Mundial como ‘a escola que gostaríamos de frequentar’. “As crianças da Escola Mundial resolvem as coisas com amor”.
Carrossel vai estrear com uma frente de cerca de 90 capítulos gravados, segundo o diretor Reynaldo Boury. Ao todo serão 260, exibidos de segunda a sexta-feira, às 20h30. “Não temos uma meta de audiência, a meta é fazer bem feito”, disse Boury, que, apesar de fazer novela desde 1962, trabalha pela primeira vez com uma grande quantidade de crianças – são 17 no elenco principal. “É uma verdadeira sala de espera de hospício”, brincou.
As crianças da versão nacional serão mais moderninhas que as da original, já que de 20 anos pra cá muita coisa mudou. Agora elas ouvem música em iPod, usam celular e toda a parafernália eletrônica típica de hoje. Quem também ganhou ares bem mais modernos – e até um namorado - foi a protagonista, professora Helena, interpretada por Rosanne Mulholand (31). "Estou muito feliz de fazer a professora Helena. Eu assistia à novela, é uma personagem que fez parte da minha infância", disse a atriz. O triângulo formado por Helena, o professor René (Gustavo Wabner, 36) e Suzana (Lívia Andrade, 28), foi criado para apimentar a trama. “A personagem está crescendo ao logo da trama porque todo mundo gosta dessa coisa de conflito e confusão. A gente continua disputando o tempo todo, não foi só no teste”, brinca Lívia, que chegou a concorrer à vaga para a professora Helena.
A novela:
Carrossel tem início com a chegada de Helena à Escola Mundial para assumir o cargo de professora efetiva. Ela é a primeira e a única a conquistar todas as crianças do terceiro ano, batendo de frente com as regras e exigências da impetuosa e rigorosa diretora do colégio, Sra. Olívia (Noemi Gerbelli). Aos poucos ela passa a ser, além de uma professora, uma grande amiga e conselheira.
Helena encontra no velho Firmino (Fernando Benini), o zelador da escola, um fiel amigo. Quando Helena fica doente, a professora Suzana chega para substituí-la e acaba cativando também o coração das crianças – Suzana quer o posto de Helena. A professora de música, Matilde, enlouquecida, deixa a escola e é substituída por Renê, que forma uma banda com os alunos do terceiro ano e tem um romance com Helena.
