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Sucesso em Tempo de Amar, Amanda de Godoi relembra infância singular: "Sou uma adultinha desde criança"

Na Ilha, a intérprete de Felícia exalta criação dada pelos pais: "Sempre me deram tudo o que eu precisei, não tudo o que quis"

Redação Publicado em 21/03/2018, às 17h26 - Atualizado em 22/03/2018, às 15h17

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Na Ilha, Amanda de Godoi relembra infância singular - FABRIZIA GRANATIERI
Na Ilha, Amanda de Godoi relembra infância singular - FABRIZIA GRANATIERI

Enquanto outras crianças se preocupavam em decorar o alfabeto, Amanda de Godoi (24) memorizava seu endereço e telefone de casa. A intérprete de Felícia em Tempo de Amar, da Globo, conta que foi criada para o mundo. “Eu ia na casa das minhas amigas e via elas grudadas com a mãe. A minha nunca sentou comigo para fazer dever de casa, dizia que eu tinha de aprender. Também descobria os ônibus que tinha de pegar sozinha. Sei meu endereço e telefone desde os 4 anos de idade. Sou uma adultinha desde criança”, revela a mineira, grata pela educação dada pelos pais, Jacqueline (53) e Geraldo Godoi (53). “Só tenho a agradecer pelo que fazem por mim. Eles sempre me deram tudo o que eu precisei, não tudo o que quis”, explica a atriz, que trabalhou em loja de roupas para ter dinheiro para a carreira no teatro. “Quando falei para eles que viria para o Rio, me mandaram ganhar dinheiro para isso”, conta ela, que saiu de Belo Horizonte em 2013. Apesar da distância, a artista mantém contato regular com a família, que considera seus melhores amigos. “Esses dias, passei uma hora no telefone com a minha mãe. É uma relação muito tranquila. Com 15 anos, dei PT (gíria usada para definir perda total) na minha própria festa. Levamos tudo para o lado do bom humor”, revela ela, que cresceu ouvindo piadas dentro do lar. “Meu pai é o palhaço da família e minha mãe é a que sempre ri. Tenho o palco e o aplauso em casa”.

Antes das novelas, ela também já quis ser astronauta. “Hoje, meus amigos são engenheiros espaciais, esperava-se isso de mim, mas sempre senti que não pertencia ao mundo acadêmico”, confidencia. 

Apaixonada pela Psicanálise, o estudo é a base para entender suas personagens. “Gosto muito de Freud. Uso para tentar compreendê-las. Dói. Muita coisa que a gente gosta na teoria, quando vive na prática é mais intenso”, analisa ela, que faz terapia há seis meses.

Amanda relembra, com carinho, a preparação de elenco antes das gravações de Tempo de Amar. Para construir sua personagem, visitou um prostíbulo. “Vi como essas meninas são transgressoras dos padrões da sociedade. O dinheiro determina uma relação de poder no mundo delas. Tem muita história envolvida”, comenta. Ela também ressalta a importância do papel social do ator. “Meu principal papel não é julgar, é entender. Me sinto feliz por poder dar voz a quem não tem”, frisa a doce menina.