Com mãe e avó, ela exalta os valores da sua família e fala de novos rumos profissionais
Pouco antes do início das fotos ao lado da mãe, Dulci (59), e da avó materna, Nilzete (79), na Ilha de CARAS, Renata Dominguez (34) avisa à nossa equipe de que devemos aguardar só mais um pouquinho. “Elas são mais vaidosas do que eu, devem estar decidindo a roupa que vão colocar. Não saem de casa sem uma maquiagem, o cabelo no lugar... E se me veem na rua de cara lavada, com coque e roupa de ginástica, chamam minha atenção”, diverte-se. Assim que as duas chegam, percebe-se de imediato que o jeito falante, a simpatia e o sorriso largo da atriz foram herdados delas. No encontro das três gerações da família — só faltou a dentista Roberta (32), irmã de Renata —, Dulci e Nilzete conquistam todos com seu alto-astral. E quando o assunto é a integrante famosa do clã, mostram-se orgulhosas. “Admiro Renata se manter a menina que sempre foi. Confesso que tive receio no início. Aos 12 anos, ela estourou na TV do Equador como apresentadora. Como estive sempre próxima, pude orientar, mostrar a vida, a rotina diferente desse meio. Tentei plantar valores que ela não deveria perder. Esse é o ponto que mais me alegra, porque ela é família, tem esse apego forte a nós”, conta Dulci. Fã “número zero” da atriz, Nilzete define seu quarto como uma “discoteca-livraria” por conta dos inúmeros DVDs, fitas, jornais e revistas que guarda da neta. “Que ninguém ouse falar mal dela perto de mim! Se leio alguma coisa chata, já digo: ‘Isso está errado, conheço minha neta como ninguém’”, contou. Emocionada, Renata retribui o carinho. “Minha família é o maior amor da vida. Tudo que sou devo a elas, ao meu pai, Roberto, à minha irmã. São o meu recarregador de bateria, a base, a referência”, ressalta.
– Qual a importância deles na sua trajetória profissional?
– São essenciais. Por ter começado a trabalhar nova, adquiri senso de responsabilidade cedo. Tive de aprender a lidar com pressão da audiência, crítica, deslumbramentos e vaidades do meio, estabelecer prioridades. Minha mãe esteve sempre presente, isso me manteve com os pés no chão. Hoje, se tenho plena consciência de que tudo é ilusório na TV, se não sou deslumbrada, devo à família. Minha profissão é ofício e entre ser estrela e atriz, escolho ser atriz e não ter prazo de validade.
– Ter morado fora acabou fortalecendo a união de vocês?
– Sim, meu pai está há 36 anos em uma multinacional, hoje trabalha na Colômbia. Então, uma família que sempre teve de aprender com despedidas, recomeços, fases de adaptação em lugares
novos, tende a se unir ainda mais, acho que por isso somos um núcleo muito fechado.
– O que mais aprendeu com sua mãe e sua avó?
– A vó é nossa mãezona. A fé que tenho em Deus vem dela. Diria que é o meu suporte da alma. Da mãe peguei muito a coisa da dedicação, a exigência, o perfeccionismo. Ela sempre disse: ‘Seja melhor no que escolher fazer, nunca se contente em estar na média’. E tenho esse lema. Lógico que, às vezes, pesa. A terapia me ajudou a não deixar que meu perfeccionismo me autoboicote. Já do pai, tenho o lado da timidez, de ser reservada no começo. Quando estou tímida, rio muito e falo muito... Então, procuro disfarçar isso.
– Quando seu pai viajava, como vocês ficavam?
– Mesmo longe fisicamente, ele sempre conseguiu ser presente. Mas na convivência, éramos nós quatro. E é diferente de família de homem. Mulher conversa muito, compartilha, se mete na vida da outra, invade o guarda-roupa. Menino é criado para o mundo.
– Seu marido, Edson Spinello, foi logo aprovado por todos?
– Foi um processo, porque vem de uma família só de homens. Mas fazer parte de uma como a minha, que convive diariamente, acho que o ajudou até como pai, de ser mais presente.
– Ele baba a neta, Aurora, da união da filha, Mariana Bridi, com Rafael Cardoso?
– Está apaixonado. Ele costuma dizer: ‘É puro amor, como pode um serzinho tão pequeno significar tanta coisa?’.
– Você é “vovó emprestada”?
– Não, não dá. Isso é muito moderno para a minha cabeça. Sou a tia babona da Aurora. E mais difícil do que eu ser avó sem ser mãe é minha mãe ser bisa sem ser avó. Mas impossível não se apaixonar por ela, é uma boneca. Amo criança, traz um frescor, abstrai dos problemas.
– E seu filho, quando vem?
– Não estou focada nisso agora. Até tentei antes, mas não veio.
Dulci – Ela está me driblando. Brinco com ela e digo: ‘Até quando a sua profissão vai me roubar essa alegria de ser avó?’.
Renata – O momento é outro. Ano passado foi de grandes decisões, transições, deixei a Record depois de dez anos. Tomei as rédeas do destino. Culminou no sucesso com o filme Vestido pra Casar, quase um milhão e meio de espectadores. Sempre sonhei fazer cinema. Depois veio outro grande desafio, Na Mira do Crime, que, apesar de série para TV, tem linguagem de cinema.