"Havia desistido. Agora sei: terei filho", diz ela
Em fase de se reiventar. É como Renata Dominguez (37) define o atual momento. Além da felicidade na vida afetiva com o namoro de mais de dois meses com o advogado Márcio Brüzzi (32), sua primeira relação assumida desde o fim da união de 12 anos com o diretor Edson Spinello (56), em 2015, ela está prestes também a morar sozinha pela primeira vez. Na carreira, o ritmo é o mesmo: voltou à TV Globo após quase 16 anos, com atuação destacada como a Sirlene, de Sol Nascente, que terá o último capítulo exibido na terça-feira, 21. “O personagem tinha muito a ver com meu momento. Teve uma decepção, passou por fase difícil, precisou se redescobrir, dar a volta por cima. O universo meio que conspirou! E apareceu na hora certa, em que eu estava pronta, inclusive, para encarar esse desafio”, reflete, na Ilha de CARAS. Conhecida por ser workaholic, radical em dietas e nos cuidados com a forma, além de bastante crítica consigo mesma, ela garante também estar mais relaxada. “Agora aprendi, talvez com a maturidade, a respeitar mais meus limites, a me colocar em primeiro lugar”, ressalta ela, que, com o fim da trama das 6, já tem acertada a sua volta aos palcos ainda este ano.
– Como foi esse seu encontro com o Márcio?
– A gente se conhecia de vista e nos aproximamos mais como amigos, ano passado. Aconteceu da forma mais despretensiosa. Na verdade, pegou os dois de surpresa. Eu estava bem na defensiva. É que nessa fase me deparei com uma Renata que desconhecia. Sempre disse que a liberdade era um enigma para mim. Fui obrigada a decifrar. Isso quer dizer não ter que dar satisfação a ninguém. Essa sensação de que se pode tudo me assustava. Leva a extremidades, você reconhece seus pontos fortes, fracos e passa a confiar mais em si. Então, estava fechada para balanço. Mas agora sinto que meu coração está se permitindo correr riscos de novo. Acho que o relacionamento escolheu a gente, é leve. Temos o mesmo senso de humor, nos divertimos muito juntos.
– O que mais admira nele?
– Ele é inteligente, uma pessoa afiada. A gente duela muito. Ele tem resposta na ponta da língua para tudo e isso me intriga, gosto.
– Ainda crê no casamento?
– Acredito no amor e no para sempre. Ainda mais com a base que tenho, meus pais estão juntos há 47 anos. Impossível não desejar isso para mim. Se não deu certo até hoje, não era para ser. Ainda tenho o sonho de construir a minha família. E não me desfaço muito fácil dos meus sonhos.
– Você começou aos 12 como apresentadora no Equador, depois engrenou nas novelas, aos 20. Como avalia sua carreira?
– Não me arrependo de nada. Talvez de ter levado a vida muito a sério. Tive que ser disciplinada e responsável desde nova. Isso mexe com a gente. Ser atriz exige entrega, se reciclar, ter cultura. É uma profissão difícil. Mas sempre fui exigente demais comigo. E isso prejudicou até minha vida pessoal. Com o tempo e a terapia, aprendi que posso ser dedicada, mas tenho que respeitar meus limites. Hoje venho na frente dos personagens.
– E quais ganhos com a idade?
– Me gosto mais hoje. Respeito minhas marcas, linhas no rosto, cada uma tem sua história. Se começar a me incomodar, faria intervenção. Mas só se o desconforto for maior do que o medo de mudar a fisionomia. Sobrevivo da imagem. A primeira vez que me preocupei com a questão do passar dos anos foi quando comecei a pensar em maternidade. Há um prazo envolvido. E nessa fase de transição, redescobri que esse desejo de ser mãe ainda existe. Redescobri que vou ter filho. Eu havia desistido.