Com seu caçula, ator reitera força da família em sua vida
Aos 54 anos, Paulo Gorgulho mantém o mesmo charme da época em que estourou na TV como o peão José Leôncio, de Pantanal, em 1990. O que mudou, além da bagagem adquirida em 35 anos de bem-sucedida carreira também no teatro e no cinema, é a certeza de “ter se transformado em um cara melhor” graças à paternidade. Em fim de semana na Ilha de CARAS com o caçula, Francisco (8), da união de 24 anos
com a pedagoga Vânia Gnaspini (50), com quem tem ainda Catarina (23) e Guilherme (18), ele fala com orgulho da prole. “Meu maior talento é ser pai. Se fosse viável financeira, educacional e socialmente, teria uns dez. Meus filhos me completam e me ensinam”, justifica ele, confirmado no elenco da série Conselho Tutelar, da Record, que deve estrear no segundo semestre deste ano.
– Você é mais presente na rotina do seu caçula do que foi com os outros dois filhos?
– Sim, tive mais tempo para ele. Mas percebi com o nascimento da Catarina e do Guilherme que, se não me dedicasse, me perderia. A questão nunca é quantidade, mas qualidade. Hoje estou mais tranquilo, administro melhor o tempo, a própria carreira.
– É pai tipo linha dura?
–Você dá exemplo, bota regras e a coisa anda. Não sou amigo como os colegas de escola, sou responsável pela sobrevivência, saúde mental e emocional. Talvez, no futuro, venha a ser o melhor amigo dele. Mas agora, sou pai presente, atuante e consciente. Sei que erro como todo mundo. Mas gosto de vê-los crescendo fortes e independentes.
– O que rege seu casamento?
– Não há fórmula. Olhando para trás, a gente vê que muitas bolas bateram na trave porque você não tem o controle da vida. Mas se existe história de alma gêmea, cara- metade, eu e Vânia temos muito disso. Desde o início, queríamos estar juntos, ter uma família. A relação também passa por coisas subjetivas, como não sermos canalhas e um respeitar o outro.
– Como analisa sua carreira?
– Gosto muito de minha trajetória. Vim do teatro. A televisão tende a formar jovens só para a área. Nada contra. Mas o exercício de ator no palco é insubstituível. Então, o equilíbrio para mim é buscar meu alimento fazendo uma peça e depois voltar a exercitar essa linguagem diferente, mais ligeira da TV, que também adoro. Além disso, o teatro veio a calhar como grande instrumento na minha vida ao descobrir que adorava ser pai e precisava de tempo. Com uma peça, posso ficar meses na minha cidade, São Paulo.