Lições de vida e arte de Eva Wilma

Quem tem o privilégio de conversar com Eva Wilma (78) de imediato é brindado com uma aula gratuita sobre a história da arte brasileira. Afinal, em 59 anos de carreira, a diva, uma das fundadoras do Teatro de Arena, em SP, soma mais de 80 trabalhos na TV, 30 no teatro e 22 no cinema. Inúmeras atuações são marcantes, como na primeira sitcom nacional, Alô, Doçura! (1953-1964), e em Mulheres de Areia (1973), como as gêmeas Ruth e Raquel, ambas na extinta TV Tupi; e em A Indomada (1997), como a cômica vilã Maria Altiva, na Globo. “Não dou conselho para ninguém, porque não sou professora. Mas acho complicado, de repente, um garoto ou garota bonitinhos, que fotografam bem, pensarem que já podem ser atores. Isso é um equívoco e um grande perigo. O valor mercadológico não tem nada a ver com o artístico. O nosso ofício exige muito estudo e dedicação”, enfatiza ela, na Ilha de CARAS. De férias da TV desde o fim de Fina Estampa, em março, Eva conta lidar bem com o passar dos anos. “Todas as idades têm o seu encanto. Nunca me interessei em forjar a minha”, afirma ela, que também diz não ser adepta de técnicas de rejuvenescimento, como botox. “Se exagerar, deforma a expressão, agride a natureza”, constata. Viúva, Eva revela ainda que foi muito feliz no amor. O primeiro casamento, com o ator John Herbert (1929-2011), com quem teve Vivien (55) e John Jr. (53), durou 21 anos. No segundo, viveu com o também ator Carlos Zara (1930-2002) por 23 anos. “Acho difícil ter outra relação agora. Meus dois casamentos foram com pessoas maravilhosas. E aparecer um terceiro especial nessa altura da vida, só se apostar na loteria e ganhar, mas como não jogo...”, diverte-se ela.