Leona Cavalli enfatiza que trabalho se sobrepõe à vida pessoal e fala dos projetos
Quando terminou de gravar A Vida da Gente, no início de março, Leona Cavalli (42) pretendia descansar e voltar a encenar o monólogo Máscaras de Penas Penadas, no Egito, onde já o apresentou em 2011, a convite dos ministérios da Cultura, do Turismo e das Antiguidades. Mas mudou seus planos ao ser chamada para atuar no remake de Gabriela, baseado em obra de Jorge Amado (1912-2001), que estreou na segunda-feira, 18. Leona interpreta a prostituta Zarolha, uma das moças do cabaré Bataclan, na trama. Para a gaúcha de Rosário do Sul, era a chance de, pela primeira vez, viver uma personagem criada pelo escritor baiano. “Me lembrei do encontro que tive com ele, quando eu tinha 10 anos de idade e meus pais me levaram a Ilhéus. Jorge Amado estava em um restaurante. Tirei fotos com ele, foi emocionante”, rememorou a artista, na Ilha de CARAS. “E é uma honra fazer um papel que foi de Dina Sfat, uma atriz maravilhosa”, completou ela, referindo-se à estrela morta em 1989, aos 50 anos. No processo de criação, Leona teve aulas de prosódia e preparação corporal. “Zarolha é uma personagem cheia de nuances. Isso é maravilhoso”, afirmou.
– Você sempre vai atrás dos seus sonhos...
– Desejei ser atriz desde criança. São muitos os desafios e adversidades. Supero tudo com amor e alegria pelo que faço. As pessoas podem alcançar o que desejam e evoluir em todas as áreas. Acreditei no meu sonho. Nasci em uma cidade onde não tinha teatro, fui para Porto Alegre cursar faculdade e depois para São Paulo, sem conhecer ninguém. Mas acho que sou sortuda. Sempre tive bons amigos, trabalhei com pessoas maravilhosas. Isso me faz viver, ser feliz e ser atriz. Até já escrevi um livro sobre interpretação, Caminho das Pedras – Reflexões de uma Atriz, e este ano devo lançar outro.
– Não deseja ter um filho?
– Tenho vontade de ser mãe, mas não tenho a urgência. Isso nunca foi prioridade na minha vida. Em determinados momentos já chegou a se tornar um desejo forte. Mas meu foco sempre foi na carreira, no trabalho, e ainda é assim. Isso não quer dizer que eu não ame criança, até sinto falta, mas não a ponto de mudar meus conceitos. No momento, não é algo que busque. Só gostaria de engravidar se estivesse com uma família formada mesmo, com o pai. E, agora, eu estou solteira. (risos)
– Que características você mais admira em um homem?
– Em primeiro lugar, o caráter, o bom humor, a inteligência. E ele deve, é claro, aceitar minha profissão. Nas relações, sou romântica com tudo. Gosto de receber flores, bilhetinhos. Sou extremamente sensível às pessoas e à beleza. Costumo dizer que não sou vaidosa e, sim, cuidadosa.
– Como assim?
– Não pauto minha vida em função da estética, e sim da saúde, porque a vaidade está sempre ligada ao bem-estar. Você tem que cuidar da pele, do cabelo, fazer check-up médico, até porque a beleza tem a ver com isso. Sem cometer excessos, quero fazer de tudo para me sentir bem e, assim, interpretar pessoas com características físicas diferentes.
– E quais são seus cuidados?
– Quando tenho tempo, faço limpeza de pele, peeling de cristal e hidrato meus cabelos. Gosto de praticar yoga, tai chi chuan e pilates. Sempre ligo exercícios a prazer e prefiro fazer em casa a ir a uma academia. Então, danço no meu jardim. Também prezo uma boa alimentação, há mais de 10 anos não como frango, peixe nem carne vermelha, sou vegetariana. Me sinto melhor dessa forma.