Com tatuagem que simboliza nova fase, atriz exalta sua fé: "Estou em fase de movimento"
O talento somado à beleza fizeram de Isabelle Drummond, que completou 23 anos no último dia 12, uma das estrelas da sua geração ainda cedo. Hoje, já são 16 anos de carreira, mas, discreta e caseira, poucos têm o privilégio de conhecê-la intimamente. Na Ilha de CARAS, a protagonista de Novo Mundo se sentiu à vontade para mostrar mais da sua personalidade. “Busco verdade, por exemplo, em todos os meus relacionamentos. Entro sempre de coração, com transparência”, afirma a atriz, solteira, com o mesmo sorriso que conquistou o público quando ela fazia a Emília do Sítio do Picapau Amarelo (2001–2006).,
Mas se a carinha continua a mesma daquela época, a personalidade mudou bastante. Isabelle se tornou uma mulher forte, dura na queda e que, ultimamente, está em sua ‘temperatura máxima’. “Sinto que todos os dias tenho acordado com o desejo de dar tudo o que eu tiver. Não tem meio termo. Descobri que é assim que eu quero ser”, sentencia ela, caminhando descalça pelo jardim com uma postura impecável, reflexo das aulas de balé retomadas há poucos meses.
A mudança de ponto de vista da atriz diante da vida está, literalmente, marcada na pele. Recentemente, ela tatuou no braço direito a frase accept the fluster (aceite a agitação), extraída do poema One Art, da americana Elizabeth Bishop (1911–1979). “Tenho uma alma velhinha, apesar de estar na fase de movimento.”
– Sua personagem, Anna, tem uma ligação forte com o pai. Te fez recordar do seu pai, Fernando, falecido em 2007?
– Sabe que me fez lembrar, sim. Porque tem algumas semelhanças, é quase involuntário. Por exemplo, eu nunca havia usado nenhuma situação da minha história para chegar às emoções dos personagens. Divido bem minha vida e a deles. Tento me conectar com aquele universo e olhar com o seu ponto de vista. Mas, nessa situação, fui sendo levada em alguns momentos. De uma maneira muito linda. Me ensinou. Tratou várias coisas em mim.
– E assim lhe ajudou a suavizar a saudade, é isso?
– Sim... E a trabalhar coisas em mim que a personagem estava abordando.
– Você é cristã. Traz a religião para a sua rotina profissional?
– Estou sempre orando. Cristo vai estar em tudo. Qualquer coisa que emanar de mim.
– Como foi a sua iniciação?
– Começei a estudar a Bíblia em família. Nós aprendemos juntos, em casa, graças a Deus.
– É romântica?
– Acho que romantismo independe de relacionamento amoroso. Sempre fui, desde pequena. Gosto da lua, das estrelas, tenho essa coisa da Anna. Ela escreve. Eu não tenho tanto tempo para desenvolver essas atividades quanto ela, mas sempre que posso tento me conectar com as coisas que fazem parte da minha essência. Música, piano... Dizia que eu era uma romântica realista, se é que isso existe. (risos) Também sei o que é a vida real. Poxa, trabalho desde muito cedo. Tive que ter bastante foco.
– É possível manter os pés no chão tendo começado tão nova?
– A essência da minha vida é Cristo, mesmo. Claro que boas influências na vida também. As pessoas que me cercam são um presente de Deus. É um clichê ótimo. Tive boas referências em casa e tenho boas amizades.
– Mas com 16 anos de carreira, acredita que nunca se aproximaram de você por causa da fama?
– As pessoas que recebo, que aceito, já sei um pouco qual é a intenção. Não me exponho.
– Muito se comenta sobre sua sintonia com Chay Suede em cena. O que pode falar sobre isso?
– Ele é um menino maduro para a sua idade. Se entrega às cenas mais do que muitos veteranos.
– Em 2016, passou um período afastada da TV. Pensou em deixar de atuar?
– Tenho vontade de fazer várias coisas na vida, estudei Psicologia. Mas nunca pensei em parar de atuar porque isso é uma coisa que flui em mim. É algo que nasceu comigo, não é uma coisa que tenha que decidir fazer. Isso acontece. E, graças a Deus, tive oportunidades. Então, não. Nunca pensei em parar. Mas é claro que a vida tem várias coisas que quero fazer. E sou supercuriosa. Desejo viver outras experiências. Foi importante ter dado uma parada. A gente vai fazendo muitos personagens e desenvolve várias identidades internas. Em algum momento, é bom pensar na nossa.
– E qual a conclusão a que chegou sobre você?
– Me sinto aprendendo muito todos os dias. Mais madura porque ter 23 anos não é igual a ter 22 e nem a ter 21. Estou dedicada à vida, não só ao trabalho. Volto a repetir, sinto que todos os dias tenho acordado com o desejo de dar tudo o que tiver. Não tem meio termo.
– Essa fase de mais movimento trouxe o sentimento de desapego da família?
– Não, acho que vou bem ao contrário. Fui para casa passar as férias com a minha mãe, Damir. Porque quase não tenho tempo. Mas depois viajei, sou desbravadora. Acho muito bom sair um pouco porque a gente se conhece muito. Queria passar um tempo comigo, mas isso não exclui todas as pessoas que estão ao meu redor.
– Sendo uma boa leitora, acredita que está ‘escrevendo’ bem a sua história?
– Acho... O autor é Deus. Não me distraio e não deixo passar coisas que poderiam ser muito incríveis. E aprendo com o outro. Não tem a ver com passos pessoais e profissionais, mas com escolhas de quem a gente quer ser internamente. Porque é isso que permanece, independente de tudo o que a gente passa.
– E os capítulos dela estão bonitos para você?
– Eu gosto.