Nova rotina em solo português
Após quase 20 anos de dedicação ao jornalismo, Flávia Freire (43) tomou uma das decisões mais importantes de sua vida: deixou a sólida carreira na Globo, onde comandou os principais telejornais da emissora, para se mudar com a família para Portugal. “A vida é feita de ciclos e eu encerrei um deles, posso dizer que já me realizei profissionalmente. Sempre coloquei o trabalho em primeiro lugar, mas depois que me tornei mãe, alguns valores mudaram e a família passou a ser minha prioridade”, explica a jornalista, ao lado do amado, o empresário português Miguel Roquette (50), e o herdeiro, Matheus (3), no Castelo de CARAS, em Portugal. “Acredito que a felicidade é a gente quem faz e é possível ser feliz em qualquer lugar do mundo. Fiz a escolha certa!”, afirma ela, morando há nove meses na região do Porto. “A mudança aconteceu sem nenhuma pressão. Nós somos muito parceiros e cúmplices”, diz Miguel. “Quando nos conhecemos, achei que seria só uma aventura por conta da distância, mas ele se mudou para o Brasil para estar comigo. Quer prova de amor maior que essa?”, indaga a jornalista.
Casada há três anos, Flávia frisa que a maternidade também veio no melhor momento. “Adiei muitas vezes a gravidez por conta do trabalho. Lógico que tem as desvantagens do ponto de vista biológico, mas a maturidade te faz ser uma mãe mais tranquila, segura e desencanada”, fala ela, que já se prepara para iniciar nova empreitada. “Sou agitada, não consigo ficar parada. No início do ano, vou abrir meu negócio na área estética. Sempre gostei deste ramo, apesar de não ser neurótica com cuidados. Vou continuar fazendo o que gosto, lidando com pessoas”, adianta.
– Além da família, o que mais te motivou a sair do País?
– A segurança foi um dos motivos. Quando a família passa a ser prioridade, você se preocupa com coisas que antes não se importava tanto. Além disso, sempre tive vontade de viver a experiência de morar fora do Brasil.
– Muitas pessoas se assustaram com o pedido de demissão...
– Estar na Globo é o sonho de muitas pessoas, então, me achavam maluca. Eu tinha um patamar privilegiado e reconhecimento, mas a gente não pode ficar limitada ao nosso mundo, é preciso abrir a mente. Foram 20 anos fazendo a mesma coisa, a rotina era maravilhosa, mas cansativa. Sinto que cumpri minha missão e vesti a camisa enquanto estava ali. Aí eu pensei: é isso que quero para o resto da minha vida?
– Sofreu ao deixar a TV?
– Sofri um pouco, mas foi uma decisão que tomei calada e processei durante alguns meses. Deu tempo da minha ficha cair!
– Do que sente falta?
– Da família, dos amigos, de passear pelas praias do Rio, de caminhar no Parque do Ibirapuera. Sou uma grande defensora do Brasil e acho que precisamos ser otimistas. O País vive fase difícil, mas não há crise que dure para sempre.
– A adaptação foi fácil?
– Já conhecia Portugal e a adaptaçao foi bem tranquila. É um país seguro, que valoriza sua história e que tem uma gastronomia divina. Engordei 5kg desde que cheguei aqui!
– Como é ser mãe aos 40?
– Quando cheguei perto dos 40, entrei em desespero, nem dormia. Perdi duas gestações, ainda no início, mas consegui engravidar e foi maravilhoso, me sinto mais preparada. Queremos mais um filho. Disposição eu tenho e, se for menina, melhor ainda.
– Retomaria a antiga rotina?
– Nunca digo nunca, mas, por enquanto, não. Em relação ao jornalismo, aqui seria difícil, pois teria que começar a carreira do zero e acho que não faz sentido. Já voltar ao Brasil, amo meu País e espero terminar minha vida lá.