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Bebidas alcoólicas matam cerca de 80000 pessoas todo ano nas Américas

Andrea Lorena Publicado em 26/02/2014, às 16h51 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Saúde - Divulgação
Saúde - Divulgação

Diz-se que uma pessoa é alcoolista quando faz uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas, preocupando-se muito com elas, a ponto de isso interferir em sua vida pessoal, familiar, social e profissional. O alcoolismo é uma doença grave. Para a Organização PanAmericana de Saúde (Opas), mais de 79000 pessoas morrem todo ano da doença nas Américas. No Brasil, as principais vítimas são os adultos de 50 a 59 anos, período no qual o vício já causou problemas orgânicos muito importantes.

A dependência atinge homens e mulheres a partir da adolescência. De acordo com dados recentes dos organismos mundiais de saúde, 19% dos homens e 4% das mulheres são dependentes alcoólicos. Mas se vê no consultório que hoje é praticamente igual o número de homens e mulheres que buscam ou são levados a buscar tratamento. Embora não haja estatísticas oficiais, de outro lado, também se vê no consultório que aumenta o número de adolescentes com a dependência.

Não se sabe por que as pessoas bebem. Acredita-se que se deva às suas carências, como baixa autoestima, timidez, insegurança, dificuldades no trabalho e para encontrar trabalho, nas relações amorosas e para encontrar parceiros, entre outros problemas. O ambiente social pode favorecer isso, como o hábito dos pais, dos amigos e dos colegas de trabalho de beber muito frequentemente.

Os sintomas da dependência são estes:

a) uso em grandes quantidades ou por tempo maior que o desejado;

b) desejo persistente ou incapacidade de controlá-lo;

c) alto gasto de tempo em atividades para conseguir, usar ou se recuperar do uso;

d) desejo incontrolável;

e) continuação do uso apesar dos problemas pessoais e interpessoais;

f) restrição do repertório de vida;

g) uso em situações que possam acarretar perigos físicos;

h) dificuldade para desempenhar os papéis sociais;

i) manuteção do uso mesmo diante dos problemas físicos;

j) tolerância; e

k) ocorrência de tremor, sudorese e tontura nos períodos de abstinência.

Hoje se sabe que o consumo moderado de bebidas alcoólicas pode até fazer bem para a saúde. Está comprovado cientificamente que a ingestão diária de um copo de vinho tinto, por exemplo, pode ajudar na prevenção do infarto agudo do miocárdio e outras doenças cardiovasculares. Mas se a taça diária de vinho não ingerida faz falta ou deixa a pessoa pior, pode ser sinal de dependência. Que pode levar ao aumento do consumo para meia garrafa, depois para uma e, em seguida, para um consumo constante e descontrolado.

As consequências do alcoolismo são terríveis. Altera as células cerebrais, levando a perturbações no sono, que geram lentidão de raciocínio e esquecimento, comprometendo a capacidade de planejamento. O abuso pode levar ainda a doenças como hipertensão arterial, câncer e cirrose. No plano psicológico, pode provocar nervosismo, irritabilidade, insônia, falta de concetração e perda de memória. Somam-se a tudo isso as questões sociais, como perda de emprego e da responsabilidade tanto em relação ao dinheiro como à família.

Pessoas com sintomas de alcoolismo devem consultar logo ou ser levadas a um especialista, fazer o diagnóstico e o tratamento. Uma boa alternativa são os serviços específicos das Faculdades de Medicina Federais e Estaduais existentes nas capitais e em cidades grandes.