Em entrevista, Gizelly Bicalho e Izabella Borges contam sobre o curso 'Empoderando Mulheres'
Gizelly Bicalho está com um projeto novo!
Ela e as advogadas Izabella Borgese Bruna Borges prepararam um curso feminista, chamado Empoderando Mulheres.
Em conversa com a CARAS Digital, Gi e Iza contaram detalhes sobre a ideia, a parceira, as aulas e até sobre o papel de um influenciador na hora de falar de assuntos como esses.
“A gente tem um propósito de levar conhecimento pras mulheres. A gente acredita que é por meio do conhecimento que a gente consegue empoderar as mulheres de verdade”, começou Borges.
Em seguida, ela explicou um pouco sobre um projeto semelhante que elas têm no Instagram: “Foi justamente a partir dessa ideia, de levar conhecimento, que surgiu um projeto que eu, a Gizelly e a Marcela McGowan temos, que é o Sentinelas. Lá, a gente compartilha conteúdo sobre violência doméstica, autoconhecimento, saúde da mulher… Desde quando a gente criou o Sentinelas, eu e a Gi a gente já falava que tinha que fazer um curso pra mulheres paralelamente a ele e aí essa conversa foi evoluindo, a gente se juntou com a minha irmã que também é advogada criminal como nós, a Bruna Borges, e decidimos pensar num curso diferente dos cursos que tem no mercado”, prosseguiu.
“É um curso que traz uma visão integral sobre o machismo estrutural, patriarcado, as causas históricas disso, as formas de violência praticadas contra a mulher, um pouco sobre autoconhecimento, porque a gente acredita que o empoderamento ele não pode ser somente intelectual, ele tem que passar por aspectos mais sutis dos nossos corpos, da nossa mente, das nossas emoções”, contou ainda.
Gizelly acrescentou: “O Sentinelas tem um ano, desde quando a gente se conheceu, a gente tem essa vontade de fazer esse curso e agora a gente colocou em prática esse sonho, essa vontade de passar o nosso conteúdo de anos de estudo, anos de trabalho na advocacia, de advocacia na prática para pessoas”.
“No curso a gente usa palavras do dia-a-dia, que qualquer pessoa consegue entender, e quem é do direito também vai conseguir aprender muita coisa porque o que a gente fala no curso infelizmente não se ensina nas faculdades de direito do Brasil”, disse a ex-participante do BBB20.
E, falando no reality, foi por causa dele que elas se conheceram. Borges contou que quem apresentou as duas foi sua psicóloga, que também atendia Manu Gavassi!
As advogadas também contaram um pouco sobre qual das aulas mais gostaram de fazer. “A que me chamou mais atenção, a que eu acho que é mais relevante pras pessoas, a que me toca, é ‘como sair do ciclo da violência’. Eu gosto muito dessa aula, é uma aula muito importante”, falou Bicalho.
“Pra mim são a primeira [aula do curso], que é ‘do culto às deusas a caça às bruxas’ e a aula de autoconhecimento”, opinou Iza.
“Eu tenho certeza que não tem mais espaço para pessoas e coisas superficiais na internet”, pontuou Gi ao ser questionada sobre a relevância de abordar esses assuntos na mídia. “O meu Big Brother marcou por causa disso. Eram pessoas diferentes, cada um de um estado, só que, por incrível que pareça pra gente, mas premeditado pela direção, eram mulheres que se conectavam em algum momento da vida, histórias e tinham a mesma causa, acreditavam em coisas parecidas e tanto que em quinze dias nós nos unimos pra destruir aquela ‘barbaridade’. Até hoje, parece que aquilo foi armado mas não foi. Foi uma coisa de muito aprendizado, tanto pra quem tava lá e tanto pra quem assistiu”, contou.
Iza também falou o que acha sobre o assunto: “Eu penso que existe uma responsabilidade muito grande por estar à frente, participando de programas de televisão ou por ser uma influenciadora, que é o desafio que a gente tem que enfrentar de levar efetivamente esse conhecimento pras pessoas”, começou. “A gente não pode mais lidar com o país do jeito que tá, com a educação sendo um problema estrutural que leva a prática de violência que as pessoas desconhecem, elas se identificam muito com esse pensamento social que gera a violência contra a mulher, então é uma responsabilidade não só das pessoas que fazem parte dos realities, das influenciadoras, mas das emissoras, promover esse tipo de pauta, esse tipo de conteúdo”.
Mesmo sendo importantíssimo introduzir assuntos como esse na mídia, elas defenderam que existe um jeito errado de fazê-lo. Para Gi, seria fazer maquiagens roxas, simulando mulheres que foram agredidas.
Já Borges foi um pouco mais embaixo: “Eu acho que existe um jeito muito errado também que é o não estudo. Para a pessoa poder falar de algo, ela precisa se movimentar, ela precisa se mexer, ela precisa estudar, procurar cursos e tem muita gente só reproduzindo assuntos sobre os quais não conhece de maneira errada e isso também acaba sendo um desserviço pra sociedade aqui na casa das mulheres também um desserviço no combate e prevenção à violência contra a mulher”.
A ex-confinada também quis deixar claro que elas escolheram agosto para apresentar o curso porque, neste mês, a Lei Maria da Penha completa 15 anos. “A Lei Maria da Penha funciona, ela salva vidas, ela já salvou muitas mulheres. Só que às vezes a gente confunde a lei com os operadores do direito, com quem aplica a lei, com quem tá por trás, com promotor, juiz, essas pessoas. O problema não tá na lei, o problema tá em quem executa essa lei”, pontuou.
Ao que sua amiga concordou: “O problema tá, na verdade, na educação, não só intelectual. Essas pessoas que aplicam o direito precisam se conectar com algumas questões internas, elas carregam questões que são delas e elas transferem para a vítima de violência. Então, falta um preparo sútil do aplicador do direito, por isso que o autoconhecimento também é uma via importante pra essas pessoas compreenderem o que elas estão transferindo”, opinou.
Vale lembrar que o curso, que vai ser dividido em 11 aulas, vai ser virtual e será lançado na próxima segunda-feira, 30, através de uma live no Instagram de Bicalho. Logo após a transmissão, elas vão abrir as vendas, que terão um preço acessível.