Ainda de acordo com o compositor, os artistas baianos merecem mais reconhecimento no mercado nacional
Conhecido como um dos maiores e principais compositores do País, o baiano Filipe Escandurras afirma que Carol, música de sua autoria, tem tudo para ser um dos destaques do Carnaval de 2023.
"É um momento especial para mim e para minha carreira, pois sempre participei do Carnaval de Salvador. Em 2017, cheguei a puxar alguns trios e a tocar em camarotes. Depois de quase três anos sem carnaval, a gente chega hoje muito bem posicionado no mercado e na música baiana. É muito especial", afirma.
A letra relata a sensualidade feminina, representada por Carol. "Eu queria fazer uma música com esse nome porque são personagens da minha vida. Carol representa a mulher brasileira, de guerra, a que se arruma e vai para festa", conta. Lançado há cerca de um mês, o single conta com a parceria de Léo Santana.
"Eu já compus várias outras canções e fui campeão do carnaval como compositor. Acredito que essa tem tudo para ser a 'música do Carnaval', por ter um swing diferenciado. Certeza que a gente leva esse prêmio", diz.
Filipe vai marcar presença em todos os dias de folia, totalizando 25 apresentações em fevereiro. "Vamos fazer dez shows só no carnaval. O meu show geralmente é uma hora e meia, duas no máximo. No trio, aumenta para cerca de cinco, e ainda tem o camarote. "Tenho me preocupado com o repertório e com o que vamos apresentar, porque eu quero que fique marcado na mente e no coração das pessoas", conclui.
Carreira versátil
Mostrando que pode se encaixar em qualquer gênero musical, antes de entrar de cabeça no samba, chegou a cantar sertanejo universitário e piseiro.
"Eu nasci num berço de samba, mas a minha caminhada me levou para outros locais também. Toco desde os dez anos de idade. Em 2017, tive meu sertanejo universitário e fiz o carnaval, mas foi após isso que resolvi me dedicar à composição", relembra.
Escandurras já escreveu para diversos artistas amplamente conhecidos do público, tais como Ivete Sangalo, Luan Santana, Xanddy Harmonia, Márcio Victor e Pablo.
"Eu não queria ser só mais um, queria cantar algo diferente. Meu samba é gravado com sanfona. No início não tinha bateria, hoje tem. É um som muito específico", completa.
Para Escandurras, o sambista brasileiro é, de forma geral, muito desvalorizado. "A minha indignação é que os contratantes não valorizam os cantores de Salvador. Para os de fora, pagam cachê de R$ 60 mil, R$ 150 mil. Aos da Bahia querem pagar dois mil reais e ainda acham que está caro", critica.
"Quero ver todos no mesmo nível, ou até mais do que eu, para que enxerguem o nosso tamanho. Sabemos fazer samba, fazer show. Eu quero que os contratantes de São Paulo nos olhem também. A gente precisa fazer um movimento melhor, se reciclar musicalmente falando", finaliza.
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