Em entrevista à CARAS Brasil, apresentadora Cátia Fonseca fala da importância da educação financeira, em evento promovido pela jornalista Patrícia Fazan
Apresentadoras e líderes do empreendedorismo feminino se reuniram na última terça-feira, 28, em São Paulo, em evento promovido pelo Movimento Delas, projeto idealizado por Patrícia Fazan, repórter dos programas das manhãs da TV Globo e apresentadora do quadro Promessas no É de Casa. Cátia Fonseca (55), que falou sobre educação financeira no encontro, também bateu um papo com a CARAS Brasil sobre o tema. A titular do Melhor da Tarde, da Band, confessa que já passou por muitos perrengues na vida por falta de dinheiro. "Meu pai perdeu tudo em jogo", revela.
A comunicadora já começa ressaltando a importância de saber cuidar do orçamento. “Acho que a educação financeira é tudo. Não adianta a gente ganhar muito ou pouco, se você não sabe usar o dinheiro da forma correta. E eu acho que a nossa população, que a gente fala de mais 70% das pessoas no Brasil estão endividadas, 90% dessas pessoas são inadimplentes, não sabem (...) Não é que não querem pagar, não sabem como pagar”, diz.
“A gente faz uma necessidade básica de comida, de remédio, então falar de educação financeira tem que ser dito para quem não tem, porque quem tem, contrata um consultor e aplica seus milhões. Mas e quem não tem para fazer esse dinheiro multiplicar? Acho que esse movimento, o Movimento Delas é maravilhoso justamente por isso, não só pela educação financeira, mas todas as oportunidades que juntas, vamos conseguir. O trabalho é de formiguinha para melhorar a vida de muita gente”, completa.
Cátia revela perrengues que já teve que enfrenta por falta de dinheiro. “Nossa senhora! Quem não teve a luz cortada? Não tinha gás (...) Minha mãe cozinhava e já foi babá. Meu pai tinha dinheiro e perdeu tudo em jogo. Minha mãe foi trabalhar de manicure, fazia blusinhas de tricô, de crochê, e foi ser babá. Não passamos fome, mas a gente não tinha luxo, a gente tinha a tranquilidade de saber que a minha mãe se virava um milhão - como as mulheres, chefes de família fazem”, conta.
A apresentadora ainda revela uma passagem interessante nesta época. “Onde minha mãe trabalhava de babá, a dona da casa, a mãe das crianças, mandava fazer sopinha, e a carne das crianças, ela falava: ‘Pode jogar fora, porque a vitamina já está na sopa’. Minha mãe falava para ela: ‘Ah, dona Marilice, posso levar para os meus filhos?’. Ela falava: ´Pode, porque a vitamina (...) não faz mal, para a gente está bom’. E ela fazia croquete, carne louca, fazia um monte de coisa, carne com batata. E eu não me sinto menos do que qualquer outra pessoa, vamos dizer, com todas as vitaminas (risos)”, fala.
“Quando a gente passa por isso, a gente valoriza as coisas de uma forma diferente. Não que eu não compre as coisas, eu compro, mas para eu comprar (...) Hoje, graças a Deus, a minha vida mudou (...) Mas imagina, eu tive filho com 17 anos. Com 23, já tinha dois filhos. Tudo podia ter dado errado para mim, mas não aceitei um não como única resposta, não. Fui degrau a degrau buscando tudo o que desejava. Me planejando, me jogando na vida como me jogo até hoje, e rezando”, destaca.
A fé a perseverança ajudaram Cátia na vida, segundo ela. “Acho que a fé ajuda bastante. A fé e a gente fazendo a nossa parte (...) A gente tem que acreditar no nosso poder interior e no poder da fé. Eu sempre tive isso. Até hoje faço a mesma coisa. Agradeço e peço. Acho que isso me transformou no que sou hoje, uma grande profissional. Mas acho que mais que isso, em uma mulher que valoriza outras mulheres, que passamos necessidades juntas e vamos sair dela juntas também”, salienta.
Cátia também avalia o atual momento e fala de projetos futuros. “Falei que me jogo em tudo, tem tanta coisa para me jogar. Fora o Movimento Delas, que fiquei super honrada de ter recebido o convite “das Patrícias” (...) O meu trabalho sempre foi falar sobre saúde, vou lançar podcast sobre saúde. A ideia não é só falar sobre saúde, é a gente levar, como um seminário, para outras regiões, que muitas vezes as pessoas não chegam, eu e os médicos vamos abrir esse espaço, pra gente ter uma conversa muito próxima. Acho que educar é aprender, e aprender depende de todos nós, basta querer”, finaliza.