Seis anos depois do lançamento de seu último disco de inéditas, Cidade Negra se reúne e retoma a estrada com 'Hei, Afro!' e tem turnê prevista para o próximo ano. Para Toni Garrido, a banda está mais afinada que nunca
Depois de um recesso de seis anos sem canções inéditas, mas recheados de projetos paralelos, a tradicional Cidade Negra afinou seus ponteiros e voltou a defender o reggae nacional com toda sintonia. Com 25 anos de estrada ao lado dos parceiros do grupo, Toni Garrido (45) revelou durante passagem pelo 9º Amazonas Film Festival na noite desta segunda-feira, 5, em Manaus, que a maturidade ajudou a banda a encontrar sua mais pura identidade.
“O ritmo continua sendo o reggae, com todas as possibilidades que a gente consegue achar dentro dele, que é absolutamente aberto e democrático. Mas o discurso que estávamos buscando há muito tempo finalmente apareceu”, declarou orgulhoso em bate-papo exclusivo.
Intitulado Hei, Afro!, o novo disco da Cidade Negra, que deve chegar às lojas nas próximas semanas, convoca todos os seus fãs, independente de etnia, a prestar suas devidas reverências ao primeiro continente a ter pessoas no mundo: a África.
“Começamos a ideia deste disco com a seguinte pergunta: o que fazemos pela nossa África? Não se trata só de comprar passagens e viajar para lá. Como filhos, temos a responsabilidade do cuidado verdadeiro, já que ela está sendo dizimada pela febre, fome, política e muito mais. A ideia do ‘Hei, Afro!’ é a de convocar todas as pessoas que prestam respeito a nossa grande mãe e passam a filosofia a diante”, explicou Garrido.
Mais unidos do que nunca
Voltar para a casa onde nasceu representa para um artista sempre pronto a se reconstruir. Com Toni Garrido e Cidade Negra, o retorno às origens mostrou que o grupo matem afinidade e sintonia. Afastado há quatro anos, o cantor afirma que o recesso só fez fortalecer a forte ligação que sempre manteve com seus colegas, e o resultado é um disco ainda mais ligado à identidade do grupo.
“Continuamos o mesmo ‘negrócio’, somos todos amigos”, brincou. “Paramos na hora em que não estava sendo honesto. Foi uma decisão com muita hombridade em que enxergamos que não estava legal internamente. Tem que ter a mesma vontade e a mesma verdade para se formar um grupo. Paramos esses anos para organizar nossas prioridades. A música nunca foi um problema para nós. Esse tempo foi mais um ajuste de espaços e necessidades. Depois de 25 anos é normal acontecer. Foi bom para todo mundo se reciclar”, explicou Toni Garrido.