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Separação assusta, mas pode abrir espaço para nova história de amor

Redação Publicado em 17/10/2011, às 21h20 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Melhor assim/ a gente já não se entendia muito bem...”, diz a música Separação, de José Augusto (58) e Paulo Sérgio Valle (71), gravada por Simone (61). Mas nem toda separação é assimilada com essa tranquilidade. Mesmo que a infelicidade paire sobre a vida do casal, mesmo que se saiba que é “melhor assim”, a decisão de romper nunca é fácil. Significa perder a identidade que por longo período passou a ser do casal,  criada a partir do que foi planejado e sonhado junto. Ainda que se tenha consciência de que separar-se é o melhor para os dois, o medo e a expectativa a respeito do que vem pela frente assustam. A dificuldade de assumir a própria fragilidade nesse momento é tão grande que muitos homens e mulheres tendem a adiar a decisão. Alegam que estão preocupados com os filhos, com o parceiro ou com problemas relacionados à divisão dos bens, à logística da vida, que irá sofrer mudanças. No fundo, têm apenas medo.

Em geral a separação não vem abruptamente, como uma trovoada nos grandes temporais. Ela se dá em etapas, mais ou menos assim:

  • Percebe-se um esfriamento na relação, um distanciamento afetivo de uma ou de ambas as partes. Quando um estica os braços, o outro já não está mais lá.
  • Começa a separação física. Um dos dois passa a dormir em outro quarto ou na sala, às vezes com desculpas como a de que trabalhou até tarde, de que não quer atrapalhar o sono do outro. Ou então continuam dormindo juntos, mas separados por um muro invisível. O carinho e o afeto dão lugar a um sentimento de rejeição, acaba o desejo.

  • Um dos dois sai de casa.

  • Consolida-se a separação familiar e social quando parentes e amigos ficam sabendo.

Estudos calculam que da decisão à ação as pessoas levam de seis meses a dois anos. É preciso cortar todos os fios e elos, estancar a hemorragia que aos poucos enfraqueceu a relação. Os que amam sofrem mais ainda, sentem que “morrem” duas vezes: na vida construída conjuntamente e na vida futura da pessoa amada. E, como mecanismo de sobrevivência, têm de matar o outro dentro de si.

Quando entrou uma terceira pessoa na relação, é comum que se tente culpá-la: “Se não fosse ela/ ele, teríamos uma chance”. Bobagem. Ninguém acaba com o que não existe mais. O amor não precisa de chances para sobreviver, ele apenas existe. O que acaba com ele são as diferenças inconciliáveis, a falta de parceria e diálogo, as visões contrárias de mundo. No desespero, quando o fato se consuma, aqueles que não se conformam buscam desesperadamente uma solução, como uma criança atrás de um vidro de cola para colar o brinquedo quebrado. Com isso, só conseguem adiar o recomeço. Para ambos.

O que fazer, então? Antes de mais nada, conscientizar-se de que para ser feliz não se pode depender da pessoa amada — ou de qualquer outra pessoa; entender que insistir em ficar com alguém que já se afastou só leva a mais sofrimento; admitir que o amor não sobrevive de migalhas e que, quando se adia uma decisão como essa, adia-se a própria vida, as próprias chances de iniciar uma nova história de amor. Feito isso, é sacudir a poeira e ir buscar a vida plena. Porque quem experimentou a felicidade de uma união verdadeira e completa não irá se contentar em viver outra pela metade.