País ainda tem cerca de 71000 novos casos de tuberculose anualmente
por Vera Maria Neder Galesi* Publicado em 29/06/2010, às 16h57 - Atualizado às 17h01
O Estado de São Paulo foi o primeiro em número de casos de tuberculose no país em 2009, segundo o Ministério da Saúde, com 15712 ocorrências. Os outros Estados com maior taxa de incidência são: Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Pará e Ceará, de acordo com a mesma entidade. O país, aliás, ocupa a 19ª posição no ranking das 22 nações que concentram 80% dos casos da doença em todo o planeta. Países em desenvolvimento, como o Brasil, são os que concentram a maior incidência, por causa das más condições de vida da população. A cada ano, 2 bilhões de pessoas são infectadas em todo o mundo, 9,4 milhões são casos novos e 1,8 milhão acaba morrendo. Por isso, em 1993 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a tuberculose uma emergência global.
Embora ainda seja grande o número de casos, o país avança no combate ao bacilo. Números do Ministério da Saúde mostram que houve queda significativa na última década: de 51 por cada grupo de 100000 habitantes, em 1998, para 37, em 2008. A taxa de mortalidade também diminuiu 34,25% em uma década. Mas ainda há muito a fazer. Se a tuberculose não for tratada, ela destrói o órgão atingido.
Preste atenção nos sintomas básicos, que são: tosse por mais de duas semanas, cansaço, emagrecimento, febre e suor noturno. Para detectar a doença, é feita a coleta de escarro, realizada gratuitamente nos Postos de Saúde.
Qualquer um pode contrair o bacilo de Koch, em especial durante o inverno, quando as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados. Mas não há motivo para pânico. Na maioria das vezes o microrganismo permanece latente, ou seja, não causa a doença. Cerca de 10% dos infectados a desenvolvem em algum momento da vida. Em geral, quando o sistema imunológico se enfraquece por desequilíbrios passageiros, como um forte estresse, ou por moléstias graves, entre elas o diabetes e a aids.
O tratamento consiste em doses diárias de antibióticos durante seis meses. Após quinze dias de medicação, o paciente melhora bastante e muitos abandonam o tratamento. É aí que mora o perigo. Com a desistência, pode surgir uma ameaça mais complexa: a tuberculose multirresistente (MDR). Pior ainda é a tuberculose extremamente resistente (XDR). Nesses casos, o bacilo resiste à maioria das drogas. Começam a surgir casos de XDR em muitos países. Se aumentarem, teremos em breve uma situação gravíssima.
Por isso, a recomendação é que o medicamento seja tomado com a supervisão de agentes de saúde para aumentar a chance de cura. Em 2008, cerca de 78% dos doentes em tratamento foram curados. O número só não é maior por causa dos pacientes portadores do HIV, que, pela sua fragilidade, são as maiores vítimas da doença e derrubam os índices.
A tuberculose é curável e o tratamento, gratuito. O bacilo deixa de ser transmitido 15 dias após o início do tratamento. A cada mês o paciente necessita fazer exame do escarro para comprovar o efeito do remédio.
Para ter maior adesão ao tratamento, o Ministério da Saúde adotou no início deste ano o remédio da dose fixa combinada, ou "quatro em um", como é popularmente conhecido. A vantagem é o aumento do número de drogas de três para quatro em um mesmo comprimido, que é tomado de uma vez só, reduzindo a quantidade de doses diárias.
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