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Mulher é quem mais sofre com a incômoda incontinência urinária

por <b>Bárbara Murayama</b>* (CRM 112.527) Publicado em 08/03/2010, às 14h05 - Atualizado em 02/07/2010, às 13h31

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Mulher é quem mais sofre com a incômoda incontinência urinária
Mulher é quem mais sofre com a incômoda incontinência urinária
Chama-se incontinência urinária qualquer perda involuntária de urina que constitui um problema social ou de higiene. A doença pode se manifestar em pessoas de todas as idades. Mas é mais comum nas mulheres. Pesquisa do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, em 2008, constatou que se manifesta em 7% das mulheres de 20 a 39 anos; em 17% das de 40 a 49 anos; em 23% das de 50 a 78 anos; e em 38% das que têm mais de 80 anos. A incontinência urinária, vale destacar, atinge também por volta de 30% das grávidas; mas, depois que dão à luz, cerca de 70% delas se livram naturalmente do problema. Para se entender as causas da incontinência urinária é preciso relembrar o processo miccional. A urina se forma nos rins, passa pelos ureteres e é armazenada na bexiga. O fluido vai sendo armazenado e, ao atingir determinado nível, um mecanismo de contrações e relaxamentos musculares sincronizado, controlado pelo cérebro, provoca o início da micção. Esvaziada a bexiga, o mecanismo ocorre ao inverso para encerrá-la. A incontinência mais frequente ocorre em decorrência de esforços comuns no dia-a-dia, como tossir ou levantar peso. A chamada incontinência por esforço decorre do aumento da pressão abdominal, que supera os mecanismos de fechamento da bexiga. Manifesta-se sobretudo nas mulheres cujos tecidos da região da pelve se fragilizaram por terem tido partos normais sem assistência adequada e nas de idade mais avançada. Mas a incontinência urinária pode também ser o primeiro sintoma de doenças como Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla. Remédios usados no tratamento de pressão alta, como diuréticos, às vezes levam à incontinência. O sedentarismo e a obesidade, é importante destacar, podem tanto apressar o aparecimento da doença quanto colaborar para seu agravamento. Hoje a incontinência urinária é considerada um grave problema de saúde pública, porque provoca gastos enormes tanto com fraldas descartáveis, medicamentos e internações hospitalares, quanto com a diminuição da produtividade e as ausências ao trabalho. Provoca também baixa auto-estima e, nos casos mais graves, até mesmo depressão. À menor indicação da doença, é importante consultar um médico ginecologista ou urologista. Os médicos de todo o país felizmente têm bom conhecimento de incontinência urinária e estão aptos a fazer um bom diagnóstico. O tratamento é feito de acordo com o tipo de incontinência e pode variar desde apenas mudanças nos hábitos de vida, como não beber líquidos ao deitar, passando por remédios, fisioterapia para o fortalecimento do assoalho pélvico e até cirurgias. Quando o fenômeno resulta de doenças neurológicas, como Parkinson e Alzheimer, encaminha-se a paciente a um neurologista para tratamento em conjunto.