CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Dor de cabeça muito intensa pode ser sintoma do aneurisma cerebral

por Jorge Roberto Pagura* Publicado em 09/08/2010, às 18h46 - Atualizado às 18h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Dor de cabeça muito intensa pode ser sintoma do aneurisma cerebral
Dor de cabeça muito intensa pode ser sintoma do aneurisma cerebral
Aneurisma é a dilatação anormal de uma artéria. Em geral se forma em um local onde se inicia uma artéria menor por fraqueza dos tecidos. Pode ocorrer em qualquer parte do organismo, mas é mais frequente no cérebro. O aneurisma cerebral manifesta-se mais na população feminina. Dados da Universidade da Califórnia revelam que ocorrem todo ano nos Estados Unidos cerca de 30000 novos casos. A doença pode manifestar-se em qualquer fase da vida. É mais comum, porém, entre os 50 e os 60 anos. A causa principal é congênita, ou seja, a pessoa nasce com alteração na estrutura vascular, onde se formará o aneurisma. Estão mais suscetíveis portadores de hipertensão arterial e de diabete, fumantes, alcoólicos e sedentários. Aneurismas cerebrais, sobretudo os pequenos, às vezes nem dão sintomas. Os maiores podem causar dor de cabeça intensa, diferente das do dia a dia, visão dupla nos dois olhos, queda das pálpebras, em geral unilateral, e algum tipo de déficit motor. Quando se rompem e causam hemorragia, o sangue se mistura com o líquido cefalorraquidiano, que envolve o cérebro, provocando dor de cabeça súbita e intensa. A pessoa pode ter também náuseas, vômitos e rigidez na nuca. Dependendo da intensidade da hemorragia, às vezes há aumento da pressão intracraniana aguda, levando o paciente ao coma e mesmo à morte súbita. Cerca de 40% dos portadores não resistem à hemorragia e morrem, ou ficam com sequelas gravíssimas. Aneurismas assintomáticos em geral são detectados ao acaso por ocasião de exames de imagem cerebrais. Pessoas que nunca tiveram dor de cabeça e têm, sobretudo se apresentam também visão dupla, queda das pálpebras e fraqueza muscular, devem consultar um médico. Isso vale também para quem não tinha nada e de repente começa a apresentar dor, em especial se tem 50 a 60 anos e está no grupo dos mais suscetíveis a apresentar aneurisma. Já pessoas que apresentam dor de cabeça súbita, sobretudo se acompanhada de vômitos ou de perda de consciência, devem ir logo a um pronto-socorro. Se um médico suspeita de aneurisma, pode indicar a realização de angiografia por ressonância magnética do cérebro, que permite ver a situação das artérias, ou de angiotomografia com contraste, que permite ver o aneurisma. A tomografia computadorizada, enfim, pode diagnosticar, nos casos agudos, a hemorragia. Aneurismas rompidos devem ser tratados logo para que não sangrem de novo. O tratamento é feito pelo neurocirurgião com microcirurgia tradicional, que fecha o aneurisma com um clipe de titânio, ou por cateterismo femoral, realizado pelo radiologista intervencionista através de embolização - consiste em introduzir um cateter na artéria femoral, na coxa, que leva um fio de platina pelas artérias cerebrais e o deposita no aneurisma, formando uma espécie de espiral para preenchê-lo. Mas, mesmo que tudo seja muito bem feito, existem graves riscos no pós-operatório, como o vasoespasmo. Trata-se de uma vasoconstrição arterial causada pelos produtos derivados da degradação do sangue que pode trazer sérias complicações, até óbito, por diminuição do aporte de sangue e oxigênio ao cérebro. Na mão de neurocirurgiões experientes, porém, a porcentagem de êxito no tratamento dos aneurismas cerebrais é grande.