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Rafael Primot: livro, cinema e O Astro

Rafael Primot está no elenco da novela O Astro, enquanto se divide no lançamento de seu livro e se prepara para reestrear o espetáculo O Inverno da Luz Vermelha e começar a dirigir o longa Dois Macacos e Mais Um

Redação Publicado em 17/08/2011, às 10h44 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Rafael Primot - Divulgação
Rafael Primot - Divulgação

Rafael Primot é um daqueles tipos de artistas multifuncionais. No ar em O Astro, da Globo, com o personagem Arthur, ele também está em fase de lançamento de O Livro do Monstros Guardados, e se prepara para começar a dirigir e co-protagonizar um filme que traz Débora Falabella na produção e no elenco. 

Dono de um Prêmio Shell de Melhor Autor, com apenas 29 anos de idade, ele ainda organiza um Festival de Cinema em Itapeva, no interior de São Paulo, para comunidade carente. A CARAS Online conversou com este ator que não para um segundo e afirma ter muitas histórias para contar no teatro e no cinema. Confira a entrevista:

Como surgiu o Arthur, de O Astro, em sua vida?
Eu tinha feito alguns trabalhos na Globo antes (As Cariocas, Carandiru e outros),  e me chamaram para fazer um teste. Passei e fiquei super feliz.

O Arthur tem algum envolvimento com o assassinato do Salomão Hayalla (Daniel Filho)?
Eu acredito que sim, mas ainda é muito nebuloso. A gente só sabe o que está acontecendo quando vai recebendo os capítulos. À princípio, eu entrei para participar do núcleo com o Henri Castelli. Ele é o melhor amigo do Henri, mas é uma relação meio dúbia. Meu personagem é bastante mentiroso na história toda. Quando começam as investigações, eu minto muito.

Você vai gravar cenas românticas com o Henri Castelli?
O personagem do Henri é bissexual, então não sei se eles terão algum romance. Eu soube que ele veio para conturbar um pouco a história, principalmente nessa relação do Henri (João Baldasserine) com o Felipe (Henri Castelli).

Com 29 anos você já é dono de um Prêmio Shell de Melhor Autor. É motivo de orgulho para toda família, não?
Pior que não. Minha família é toda de médico, quando cheguei dizendo que tinha ganhado um Prêmio Shell, eles perguntaram se era um sorteio do posto de gasolina (risos). Mas, foi uma grande surpresa ter ganhado. Foi meu primeiro texto adulto encenado, não é um texto muito fácil de digestão, os personagens são bem bizarros, tem um universo bem dark. A peça é uma adaptação desse livro (O Livro dos Monstros Guardados) para o teatro.

Então o livro veio antes da peça?
Sim, escrevi o livro antes, mas só agora saiu a publicação. 

E como funciona sua rotina de diretor, ator, autor...? Encontra tempo para tudo isso?
É bastante tranquila. Eu gosto muito de criar no meu tempo ocioso. Minha atividade principal é ser ator, é o que paga minhas contas, é o que mais gosto de fazer e é o que sempre fiz. O resto é fruto da minha ansiedade, de não conseguir ficar esperando alguém me chamar para um papel. Eu vou lá e escrevo os personagens que quero fazer, as histórias que quero contar.

E quais as próximas histórias que você pretende contar?
Ah, sempre são muitas. Eu estou fazendo o espetáculo O Inverno da Luz Vermelha, que reestreia em setembro, no Fashion Mall (Rio de Janeiro). É um personagem que eu gosto muito. Ele tem uma relação de um amor obsessivo pela personagem da Marjorie Estiano. Essa é a história que quero contar no momento. O mais interessante da minha profissão é eu poder fazer coisas distintas entre si e diferentes do que sou.

O que você pode revelar do filme que vai dirigir?
Chama Dois Macacos e Mais Um. É uma produção minha e da Débora Falabella, a gente tem esse projeto há quatro anos. Eu vou assumir a direção e escrevi o roteiro.  São três amigos que estão se formando na faculdade e, na noite de formatura, começam um jogo de confissões. É um filme sobre amizade, que também faz uma brincadeira com o tempo e tem um lance de ser atemporal.

Como surgiu a ideia do Festival de Cinema em Itapeva?
Já são cinco anos de festival. Itapeva é uma região muito pobre no estado de São Paulo, esquecida tanto culturalmente como socialmente. A ideia veio em uma viagem para a Europa, onde conheci um festival que uma família organizava. Decidir fazer algo parecido na minha cidade. Nós exibimos curtas-metragens brasileiros, em geral curtas que já ganharam prêmios, e a entrada do evento é 1kg de alimento não perecível. Ano passado arrecadamos 1 tonelada e meia de alimentos.