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As mulheres que trazem de volta o sorriso de Carlinhos de Jesus

Com o apoio da amada, Rachel, dançarino Carlinhos de Jesus se reergue após morte do filho, Dudu, e planeja a boda da herdeira, Tainah

Redação Publicado em 10/07/2012, às 11h13 - Atualizado às 23h41

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Na sala do seu tríplex, no Rio, Carlinhos, entre Tainah e Rachel, dá um exemplo de força e retoma os preparativos para o casamento da caçula. - Marcio Nunes
Na sala do seu tríplex, no Rio, Carlinhos, entre Tainah e Rachel, dá um exemplo de força e retoma os preparativos para o casamento da caçula. - Marcio Nunes

Na madrugada do dia 19 de novembro de 2011, precisamente às 4h, o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus (59) trabalhava no Rio Grande do Sul quando recebeu uma ligação, avisando da tragédia: o herdeiro, o músico Carlos Eduardo Mendes de Jesus, conhecido como Dudu, de 32 anos, fora assassinado com oito tiros à saída de um bar, no Rio. “A dor de perder um filho é incomensurável. A partir do momento em que atendi ao telefone, parece que tudo ficou em suspenso. Mas tenho mulher e filha que precisam de mim. Por isso, a vida tem que seguir”, disse ele, referindo-se à médica Rachel (58), madrasta de Dudu, e a publicitária Tainah (27), no apartamento da família, em Copacabana. E em meio à saudade do filho, Carlinhos vai se recompondo. Em outubro, levará Tainah ao altar para casar-se com o também publicitário Guilherme Ginane (31). “Me vejo em verdadeiro estado de graça. A alegria dela é o que importa agora. Estou chorando antes mesmo de ensaiar a entrada na igreja”, disse, enxugando as lágrima.

– Carlinhos, você está muito ansioso com o casamento?

– Estou focado nisso. Dos doces ao vestido de noiva. Queria ter feito sua festa de 15 anos, dançado a valsa, mas minha filha não topou. Dessa vez, dei o recado: ‘Do casamento você não vai escapar’.

– Quais qualidades você destaca na personalidade de Tainah?

Carlinhos – De ruim é o gênio (risos). Já as qualidades são infinitas. É amiga, solidária... Ela se sensibiliza com os problemas dos outros. Eu a via como menininha, mas com tudo o que aconteceu à família, mudei essa imagem.

– Como assim? 

Carlinhos – Após a morte do Dudu, ela se mostrou uma mulher madura. Fiquei abismado com a capacidade que teve de administrar tudo na minha ausência.

Rachel – As mulheres da minha família são muito fortes.

– Tainah, de que forma soube do assassinato do seu irmão?

– Estava sozinha em casa e um primo me ligou. Foi um choque. Mesmo assim, saí para resolver tudo. Fui ao IML e reconheci o corpo. Só depois consegui gritar, chorar e extravasar minha dor.

– O casamento já vinha sendo planejado antes?

Tainah – Sim, meu irmão havia organizado o noivado juntamente com o Gui, sem eu saber de nada. Na ocasião, meu pai estava viajando e o Dudu nos deu a bênção. Disse palavras lindas, que vão ficar para sempre na minha memória. Depois da morte dele, deixamos os preparativos um tempo de lado. Mas Dudu sonhava tanto com esse casamento... Com certeza, me ver na igreja era o que ele desejava.

– Vocês já sabem o que motivou o crime?

Carlinhos – As investigações apontam crime passional. Ele morreu por namorar demais... Dudu gostava da boemia, da noite, de música. Vivia intensamente. Parecia saber que seu tempo aqui não seria longo. Me perguntei se ele estava envolvido com algo ilícito, e até indaguei onde havia errado. Mas isso foi descartado.

– Carlinhos, apesar de religioso, em algum momento se revoltou contra Deus?

– Apenas questionei: se acontece com os outros, por que não comigo? Estou sempre perto do meu filho. Toda semana vou ao cemitério, levo flores, converso. Rezo duas ave-marias e três pais-nossos, olho para cima e peço que Dudu fique em paz.

– Você enxerga muito dele no seu neto, Juan?

– Sim, mas evito transferências. Juan também perdeu a avó. Neide, mãe do Dudu, não aguentou e morreu 45 dias depois do nosso filho, aos 61 anos. Tinha problemas de pressão, mas se entregou.

– O coração está apertado em ver a caçula saindo de casa?

Carlinhos – Ah, mas ela vai morar logo ali, bem pertinho.

Rachel – Tainah está prestes a constituir a própria família. Não há como ficar triste com isso!

– Onde será a lua de mel?

Tainah – Paris e Londres!