Mix de texturas, mix de sensações.
Sob o cenário meio urbano, meio vintage e totalmente Paris-de-Mademoiselle Chanel, o estilista Karl Lagerfeld aposta nas cores noturnas em sua última coleção. E já que começamos falando das cores... Vamos a elas! Pretos, pretos e mais pretos, muito bem acompanhados por azuis-escuros, crus e toques vibrantes de fúcsia. Mas não se trata de peças sem expressão e também não passa nem perto da monotonia que se abate sobre os tons sóbrios. Na verdade, a escolha desta cartela só reforça a importância das modelagens perfeitas, da necessidade dos detalhes e da riqueza dos tecidos. A mensagem de tudo isso? Aposte nas texturas. Do tradicional tweed, passando por plissados, drapês e muitos bordados, tudo gira em torno delas. Sem falar nos detalhes em plumas e flores feitas do próprio tecido. Um mix da atmosfera retrô dos anos 1920 com o glamour novamente valorizado dos dias atuais. Aquele visual limpo, minimalista, sob a perspectiva de um dos nomes mais respeitados do mundo fashion, parece estar com os dias contados. Lagerfeld não apenas exagera no visual rebuscado, como também se arrisca em formas, digamos, malvistas. Como, por exemplo, nos vestidos tipo coluna finalizados por enormes saias no melhor estilo rabo-de-peixe. Ou ainda nos modelitos com comprimento na altura da canela (um pouco abaixo do tão falado mídi). Controversa também pode ser a modelagem dos tailleurs, com casacos mais curtos sobrepostos a tops com volume nos quadris. Se na teoria a estranheza é inerente à quebra de conceitos e paradigmas, na prática se traduz em algo que certamente entrará para nossa listinha de desejos. Afinal, a moda está aí para nos contradizer e nos causar diferentes sensações.