Top Anne Vyalitsyna confessa amor ao Brasil e fala sobre a carreira, em SP
Aos 6 anos, Anne Vyalitsyna (26) morava na Rússia e sonhava ser modelo. O sonho de infância ainda estava vivo na adolescência, mas parecia cada vez mais distante. “Os garotos não gostavam de mim. Eu não tinha seios, era alta e magra, e me achava feia”, lembra ela. Para piorar, naquela época, as russas estavam longe de ser um fenômeno das passarelas. Nos anos que se seguiram ao fim do comunismo, viajar era para poucos. “Meus pais nunca tinham saído do país, e eu nunca tinha viajado de avião”, diz. Mas de tanto insistir ela convenceu a mãe a levá-la a uma agência de modelos de Nizhny Novgorod, cidade de pouco mais de 1,2 milhão de pessoas, onde, além de Anne, também nasceu a top Natalia Voadianova (30). Começava, então, uma carreira meteórica. “Eu e Natalia fomos as pioneiras. Abrimos caminho para a onda de modelos russas.”
Hoje, Anne V, como é conhecida, conseguiu fazer o que muitas garotas sonham, mas poucas conseguem. Ela é respeitada como modelo de alta-costura, desfilando nas principais semanas de moda, mas também é um ícone de sensualidade — a 11ª mais sexy do mundo, segundo o Moldes.com, site especializado do setor —, requisitada por suas curvas. Há oito anos consecutivos, a bela é destaque da aguardada edição anual de biquínis da revista norte-americana Sports Illustrated. “Anne é um ícone sexy da moda. É uma daquelas modelos que se superam e se esforçam por seus objetivos”, diz Liliana Gomes (46), diretora da agência Joy Models e que ciceroneou a russa no Brasil.
E o sucesso não se limita ao universo fashion. No próximo ano, a beldade surge nos cinemas em duas produções de Hollywood, sendo uma delas o quinto filme da franquia Duro de Matar, no qual contracena com Bruce Willis (55), por quem ela confessa uma paixão de infância. “Mas nunca concretizada nem cogitada”, enfatiza ela, já que o ator é casado com a modelo Emma Hemming (34).
O relacionamento mais conhecido de Anne foi com Adam Levine (33), vocalista do Maroon 5, com quem estrelou o clipe da música Misery. Ela terminou o namoro em abril, após dois anos de relação. Em sua segunda visita ao Brasil, fotografou para duas capas de revista e passeou por São Paulo. Anne fala de sua paixão pelo País, de como é trabalhar na terra “das modelos mais bonitas” e do desejo de encontrar a pessoa certa.
– Você adora o Brasil. De onde vem essa sua paixão?
– O que torna o Brasil incrível são as pessoas. Todos são doces, amam a vida e têm uma energia incrível. Não importa onde estejam, os brasileiros sempre estão felizes. Vocês são capazes de despertar o melhor das pessoas.
– Quando descobriu que gostaria de ser modelo?
– Pode parecer clichê, mas eu sempre quis. Aos 6 anos, quando me perguntavam o que eu gostaria de ser, já dizia: supermodel. Não sei explicar de onde surgiu essa vontade. Como muitas meninas, eu não me sentia bonita. Os garotos não gostavam de mim. Eu não tinha seios, era alta e magra e me achava feia. E naqueles dias ninguém saía da Rússia. Mesmo assim, desde os meus 8 anos, implorava para a minha mãe me levar a uma agência. Aos 14, ela me levou. Para alguém como eu, que realmente se achava feia, foi uma surpresa ser aceita como modelo.
– Como é ser modelo em um país de influência comunista?
– O comunismo acabou quando eu era pequena. Não acho que realmente me afete. Mas a história influencia como as pessoas pensam e veem a vida. A história da Rússia foi tão dura que fez com que os russos se tornassem fortes. Meus pais eram médicos, éramos pobres. Médicos e professores eram os piores salários. Aprendi a trabalhar duro com eles. Tenho uma carreira de sucesso há 11 anos. Mas não é fácil, é preciso trabalhar duro.
– Como é fazer cinema?
– Nunca achei que fosse possível. Afinal, sou russa e tenho sotaque. E sempre fui apaixonada pelo Bruce Willis. Agora somos grandes amigos, ele é casado com a Emma, amiga minha. Mas foi a experiência mais difícil da minha vida. Nunca havia atuado e, para piorar, tive de aprender centenas de informações sobre armas. Por sorte, já havia feito ensaios fotográficos de moda para revistas. E nesses casos, você incorpora personagens. Mas no cinema, você fala e repete o mesmo diálogo várias vezes.
– Você está solteira?
– Sim, esperando por um brasileiro legal. (risos) Amo estar em uma relação. A razão de eu ter tanto sucesso é ter tido relacionamentos em que eles me incentivaram e eu os incentivei. Uma relação saudável deve permitir o sucesso na carreira. Deus vai mandar a pessoa certa na hora certa.
– Por que o namoro com Adam Levine terminou?
– Adam foi incrível na minha vida. Eu o amo muito. Não consigo imaginar minha vida sem ele. Aprendi muito com Adam. Ele me fez a pessoa que sou. Mas, como em vários relacionamentos, não era para ser. Desejo apenas coisas maravilhosas para ele.
– Você tem planos de começar uma família?
– Definitivamente, quero ter filhos, mas não quero ser mãe trabalhando tanto quanto trabalho hoje. Não quero ser uma mãe ausente, daquele tipo que deixa os filhos com as babás ou as avós.
– Falta realizar algum sonho?
– Realmente, realizei todos os meus sonhos. Mas ainda quero carregar a tocha Olímpica, e estou trabalhando bastante por isso. Estou curiosa para ver o que Deus reserva para mim. Minha vida nunca girou em torno de dinheiro ou fama, nunca dei bola para isso. Queria estar fazendo o que gosto. Aos 40, provavelmente, não estarei ‘modelando’, mas estou vivendo um dia de cada vez e aproveitando as chances que Deus me dá diariamente.