Criticado pela alta dose de sensualidade de seu trabalho, Gustav Klimt (1862-1918) tornou-se um dos mais importantes pintores do mundo. Sua obra Retrato de Adele Bloch-Bauer I (1907) foi vendida em julho à Neue Galerie, de Nova York, pelo mais alto preço já pago por uma pintura: 135 milhões de dólares. Confiscado pelo regime nazista em 1938, o quadro retornou este ano à família. Influenciada pelos mosaicos bizantinos de Ravena, na Itália, a obra é da fase dourada do pintor, a mesma de O Beijo (1908), símbolo da secessão vienense, que, como a art nouveau, deu ênfase ao ornamental. Sob inspiração da escola impressionista, Klimt pintou também paisagens. Ele deixou vários quadros inacabados.
Sua época
Avirada do século XIX para o XX, quando Gustav Klimt espantava a Áustria com seus retratos sensuais de mulheres, foi também marcada pelo trabalho de outro vienense ousado: Sigmund Freud (1856-1939). O neurologista abriu em 1891 o consultório que ocuparia por quase meio século na capital austríaca. Ali surgiriam o termo psicanálise, o conceito de inconsciente e se começaria a falar da importância do prazer sexual durante toda a vida para se chegar ao desenvolvimento saudável. O assunto, até então, era tabu.O autor
Segundo dos sete filhos de um cinzelador de metais preciosos, Gustav Klimt nasceu na pequena Baumgarten, perto de Viena. Aos 14 anos ingressou na Escola de Artes Decorativas da capital austríaca e aos 21 montou um estúdio. Pintou murais em vários prédios públicos, como o Teatro Municipal e o Museu Histórico da Arte de Viena. Nunca se casou, mas teve três filhos. Amava as mulheres, como se pode constatar em sua obra, que as mostra altivas e sensuais. Morreu em 1918 de derrame cerebral.