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Hidrocele é mais comum em bebês e em adultos com mais de 45 anos

por <b>Paulo Kouiti Sakuramoto*</b> Publicado em 09/03/2009, às 17h19 - Atualizado em 13/07/2010, às 20h03

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A hidrocele se caracteriza pelo acúmulo anormal de líquido no escroto ou bolsa testicular. Os testículos se constituem de várias camadas de tecidos. Entre a camada albugina e a camada vaginal, as mais próximas da pele, existe um líquido que protege os testículos. Normalmente há um equilíbrio entre a produção do líquido e sua absorção pelo organismo, o que mantém o volume estável. A hidrocele se forma quando o volume aumenta, com aumento do tamanho do escroto. Cerca de 10% dos homens têm certo grau de hidrocele. É normal. Em 1% a 2% deles, porém, o escroto cresce a ponto de incomodar. O mais frequente é a doença atingir só um testículo. É mais comum em bebês e adultos a partir dos 45 anos. A principal causa de hidrocele nos recém-nascidos é o não fechamento do conduto inguinal, canal pelo qual o testículo - que se forma no abdome - desce, no período de desenvolvimento do feto no útero da mãe, até atingir a região escrotal e fixar-se lá. Na maioria das crianças, o conduto se fecha após a descida para o escroto; em uma parte delas, porém, se mantém aberto, dando passagem a líquidos do abdome, que se ecumulam no escroto, formando a hidrocele. Outras causas da doença em bebês são as infecções no epidídimo por bactérias e vírus, além de tumores no testículo. Já em adultos as causas básicas da doença são: infecções por bactérias no epidídimo, infecções por vírus como o da caxumba no testículo e câncer. Mas existem também casos nos quais não se identifica a causa. Hidrocele em recém-nascidos em geral é percebida logo pelo médico neonatologista. Um exame chamado transiluminação permite diagnosticar o problema. Consiste em pegar uma lanterna e, no escuro, fazer com que sua luz atravesse a bolsa testicular. Como o líquido é claro, pode-se ver nele o testículo escuro. Caso não se consiga ver ou examinar, há indício de outra doença, como infecção ou câncer, comprováveis com ultrassom escrotal. As infecções podem ocorrer em qualquer um e são tratadas com antibiótico. Já o câncer de testículo é raro em recém-nascidos, mas comum em jovens de 18 a 30 anos. É grave, mas, se descoberto no início, tem 95% de chance de cura. No caso de conduto inguinal aberto em recémnascido em geral se espera uns quatro meses até que a criança se desenvolva e se fortaleça para tomar uma atitude. Com o tempo, em geral o conduto se fecha e a hidrocele desaparece. Se isso não ocorre, corrige-se com cirurgia. Adultos que percebam que o volume de seu escroto aumenta devem consultar o urologista. O diagnóstico é feito com transiluminação e/ou ultrassom escrotal. Se a hidrocele se deve a infecção, é combatida com antibiótico. Quando resulta do descontrole entre produção e absorção do líquido escrotal, mas é discreta e não incomoda, o médico só acompanha sua evolução. Se incomoda, é corrigida com cirurgia. Pode-se corrigir hidrocele também com escleroterapia, que consiste em aspirar o líquido escrotal e substituir parte dele por líquido esclerosante, que "queima" os tecidos das camadas albugina e vaginal, colando-as e não permitindo que acumulem líquido. Mas, como pode causar infertilidade, esse tratamento é reservado apenas a idosos para os quais a fertilidade não seja importante.