Glória Maria falou sobre a experiência de conviver com beduínos em Omã, um país árabe pouco conhecido, mas com muita história, para sua reportagem que vai ao ar nesta sexta-feira, 13, no Globo Repórter
Glória Maria (62) viveu mais uma aventura jornalística. Nesta sexta-feira, 13, vai ao ar no Globo Repórter a reportagem de sua viagem ao Sultanato de Omã, um país pouco conhecido e cheio de magia e beleza na península arábica. Em entrevista à CARAS Online, a repórter falou sobre a experiência de conviver com os beduínos, as diferenças culturais e o que a encantou em um de seus passeios mais diferentes.
- Você ficou com medo de ir para Sultanato de Omã? Recentemente, saiu a notícia de brasileiras que foram sequestradas por beduínos.
- Pra te falar a verdade, quando vou fazer essas viagens, eu não penso, senão não saio nem de casa. Sempre quis saber como vivem os beduínos, queria ficar com eles um tempo. E no Rio, já estou acostumada com violência, né?
- O que te chamou a atenção para ir até lá?
- Eu estava curiosa para saber como as mulheres beduínas viviam. Elas me adoraram, me mostraram como usa a máscara de beduíno, que é uma coisa única. Elas mesmas que fazem pra se proteger do vento, dos homens, de tudo.
- Você usou a máscara? É confortável?
- Usei, você fica protegida, ninguém sabe o que você tá pensando. E é confortável, não incomoda, faz parte do corpo delas. Elas fizeram uma pra mim e foram ajeitando no meu rosto. É um barato, porque não dá pra ver a expressão. Toda a comunicação delas é através do olhar e quando elas não querem que vejam nem isso, elas abaixam a máscara para não aparecer os olhos. São mulheres que têm poder porque fazem da vida dos homens o que elas querem. Só elas sabem os desejos delas. Foi uma experiência maravilhosa, elas dominam aquele deserto como ninguém.
- E essa história de o casamento deles ser celebrado com os noivos separados?
- Até o dia do casamento, o homem não vê a mulher, só vê quando pode a levar para a casa. A família escolhe o noivo pra moça, uma negociação entre famílias. Aí eles se conhecem, mas depois não se veem mais. O casamento é preparado separado, cada família prepara um lado e o noivo celebra com os homens e a noiva com as mulheres. Só no dia seguinte eles se encontram. Às vezes, nem no dia seguinte. Presenciei um casamento em que, como o noivo era jovem, eles continuavam morando separados e vão morar juntos só quando tiverem idade. É uma cultura bem diferente da nossa.
- O que mais te encantou no Sultanato de Omã?
- Omã é um oásis de paz no meio daquele país que consegue viver com tolerância, flexibilidade e até igualdade, mesmo estando ali naquela área de boca de canhão. E é um país lindo, maravilhoso e tudo é perfumado lá, eles têm uma coisa com cheiros. Tem um perfume que só existe lá chamado amouage, que leva dezenas de essências, tem três odores diferentes e quem testa é o sultão. Só é vendido se ele aprova e um vidro pequeno custa cerca de 600 dólares.