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Além de amor e desejo, relação deve ter equilíbrio, confiança e respeito

Redação Publicado em 28/02/2012, às 12h21 - Atualizado em 26/11/2012, às 15h30

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Durante praticamente todo o ano passado, meus colegas e eu escrevemos neste espaço sobre problemas nos relacionamentos. Agora, em meu primeiro artigo de 2012, quero ir por outro caminho. Quero falar do que caracteriza uma boa relação amorosa — casamento ou namoro, homo ou heterossexual.

Em primeiro lugar, tem de haver equilíbrio, confiança e respeito. Atração física e bom sexo são fundamentais, claro. Mas se não estiverem associados a lealdade, admiração e aceitação das diferenças não serão suficientes.

Equilíbrio significa que os dois têm o mesmo poder. Ninguém manda ou obedece. Ambos são adultos e responsáveis. Podem brigar e discutir suas opiniões, mas aceitam as diferenças com maturidade, sem exigir que o outro pense da mesma maneira. Se uma pessoa sente que o parceiro, por ter opiniões diversas, está contra ela, então não quer um companheiro, quer dominar, quer estar no controle.

Um casal equilibrado briga e faz as pazes, discute sem ofensas e até pode ter um tempo para o famoso D.R. (discutir a relação). Faz planos a curto e a longo prazo, do cinema à compra de uma casa. Sempre conversando, concordando, divergindo. Cada um ganha o seu dinheiro, mas não há pão-durismo. Tanto faz quem ganha mais, um ajuda o outro quando é preciso, pois quem está junto é companheiro sempre, nos períodos bons e ruins.

Amar é também confiar e ser confiável. É ser fiel e leal, não mentir ou omitir informações sobre coisas importantes como dinheiro, outros relacionamentos, doenças. Afinal, um tem o direito de saber o que se passa com outro e de participar de decisões cruciais que o envolvam.

Mas não pode haver cobranças, pois quem ama respeita e se preocupa com os sentimentos do parceiro. Se ele está triste e calado, não fica insistindo para que fale e explique o que tem. Sabe que nessa hora o melhor é esperar. Se há confiança, ele falará quando puder — ou quiser. Aí, é ter paciência e ser um bom ouvinte, sem críticas ou conselhos. E se ele não quiser falar? Não tem tanta importância. Todos temos os nossos segredos. Num casal, cada um tem o direito de ter suas fantasias, mesmo sexuais, e de não contar tudo que sente. Os dois precisam poder escolher os próprios amigos e sair com eles de vez em quando, ter um hobby, olhar para onde quiser, ter tempo só para si.

Um pouco de ciúme, vá lá, pois só não tem nenhum ciúme quem não tem amor. Mas sem exagero. O que não pode faltar é atração sexual, ternura e carinho. Amizade com sexo prazeroso é perfeito. Os dois precisam gostar de ficar sozinhos, curtindo a companhia um do outro, de viajar, cozinhar, assistir filmes ou simplesmente ficar em silêncio juntos, cada um com seu hobby, com seu livro ou seu computador.

Sugiro que sejam delicados e ternos, que façam um pouco de romance, que tenham gestos de carinho, como trazer um presente fora de hora, dar um beijo inesperado. E que cuidem para não ferir a auto-estima do outro, mesmo se engordar, ficar careca ou estiver sem dinheiro. Ao contrário, demonstrem sua admiração sempre que possível e jamais façam críticas na frente dos filhos ou dos amigos. Para  completar, recomendo que se cuidem, para que fiquem bonitos, cheirosos e agradáveis para o seu amor. 

É esse o relacionamento que desejo para meus leitores neste ano. Com muito amor, saúde, cumplicidade, carinho, sexo, dinheiro e, se possível, sem problemas.