ENTREVISTA

Gabriela abre espaço para sua liberdade em carreira solo: 'Coragem também é ir com medo'

Em entrevista à Revista CARAS, Gabriela comenta seus primeiros passos na carreira solo após o fim da banda Melim, formada com seus irmãos

A cantora Gabriela - Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho

Após oito anos de sucesso na banda Melim, emplacando hits ao lado dos irmãos, Diogo (32) e Rodrigo (32), Gabriela (30) alça novos voos e investe na carreira solo. Começar do zero não foi fácil, mas a cantora está feliz com os resultados que tem alcançado com o lançamento do primeiro álbum, que leva o seu nome.

"Coragem também é um pouco de você ir com medo. Estou mergulhando nas minhas referências. E essa felicidade compensa tudo", diz Gabriela, durante entrevista exclusiva a Revista CARAS, em sua cobertura, no Rio de Janeiro.

Realizada, a artista, que no passado enfrentou problemas como depressão e transtorno alimentar, transformou as dificuldades em lições e acredita que o público a verá "mais livre, mais leve, mais madura, mais eu!", avisa ela, animada com o futuro na música.

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Como foi o fim da banda e como tomou a decisão de seguir carreira solo?
A gente decidiu isso dois anos antes de anunciar e foi uma decisão que partiu do grupo, não foi uma decisão individual. A gente viu que depois de um tempo cada um queria uma coisa e ninguém estava conseguindo ficar tão feliz com as escolhas. Acho que veio no tempo certo, a gente conseguiu entregar tudo que os fãs da Melim mereciam, o contrato [com a gravadora] venceu e ainda esticamos um ano para fazer o DVD, para deixar para os fãs e para a gente também, porque é um trabalho bonito. Temos orgulho da nossa trajetória.

A banda era um sucesso. Trocar o certo pelo duvidoso demanda coragem...
Dá um medo! Mas sempre faço o que eu acredito. Tudo que gravei até hoje são músicas que escrevi, então comecei a fazer o disco pelo repertório e acho que a coragem foi vindo com o tempo, fui ficando mais à vontade vendo o disco tomando forma. Fiquei feliz porque é muito verdadeiro, tem muito de mim. Às vezes, em um grupo, a gente não consegue mergulhar muito nas profundidades de cada integrante e com o trabalho solo consigo mostrar minhas referências. Antes da Melim, eu comecei no samba de raiz e canto profissionalmente desde os 14, 15 anos, então o álbum tem essa brasilidade. Para mim, é muito importante ser feliz e essa felicidade compensa tudo. Coragem também é um pouco de você ir com medo. Acho que ninguém é tão seguro assim, né? Ainda mais para quem é artista, que tem essa sensibilidade na forma de enxergar... então é ir com medo mesmo.

Como tem sido a repercussão do álbum?
Estou muito feliz com o resultado das coisas, o clipe de Saudade Sussurrou bateu 1 milhão de views, ver os 100 primeiros, 100 mil ouvintes mensais no Spotify é muito legal, ver a música tocando na rádio... E não só numericamente, mas ver tudo isso crescendo rápido, já que é um impulsionamento orgânico, eu venho independente, não estou numa grande gravadora e foi uma escolha minha também. Eu queria poder tomar minhas próprias decisões e deixar o artista falar mais alto. Fico feliz de ver que a minha carreira sempre foi construída com consistência, tijolo por tijolo.

Música te move, não é?
É tudo para mim! Eu já sofri em alguns períodos da minha carreira, tive depressão no auge da Melim, tive distúrbio alimentar, sofri. A gente fazia 25, 26 shows por mês, fora TV, rádio, compor, a gente não tinha nosso próprio jato, eram uns horários malucos, você não dorme, não come, está cada dia em um canto, isso me abalou emocionalmente. Minha ligação com a música é muito forte, porque mesmo tendo várias provações, não consegui largar.

E nem assim você desistiu da música!
Tive provações, mas não larguei, é meu propósito. É muita pressão, você lida com muita coisa, é exaustivo. Tem muitas coisas maravilhosas, como o carinho do público. Ouvir seu som tocando e fazer show é a coisa que mais amo no mundo, mas a vida de estrada é um pouquinho cruel, tem que abrir mão de muita coisa. Tive a provação de que a música é o mais importante, não consigo não fazer.

E como você conseguiu se curar da depressão e do distúrbio alimentar?
Ter a minha mãe comigo foi importante e quando eu estava muito desgastada veio aquela tristeza mundial, que foi a pandemia de Covid-19. Ali, tive que parar, serviu para eu conseguir voltar a me alimentar, voltar a dormir, botar a cabeça no lugar. Foi um período em que consegui me recompor, voltar a ser eu. E consegui recuperar a minha voz também, porque eu ainda tive uma questão vocal, quase perdi a vibração da corda vocal direita, de tanto fazer show, mas consegui recuperar cem por cento com muita fono.

Ser uma artista independente foi uma escolha pensando em tomar as rédeas da sua vida?
Exatamente, para eu poder tomar minhas decisões. A gente tem que saber colocar limite para estar saudável emocionalmente. Hoje em dia priorizo muito minha saúde mental. Eu falava: 'Não sei o que quero, mas sei o que eu não quero'. Já fiz show de todas as formas, passando mal, sem dormir, sem voz e não acho que esse é o caminho de uma carreira consistente, saudável. Mas tive momentos marcantes também, é muito bom olhar para a trajetória da Melim, porque não tivemos envolvimento em polêmicas, foi tudo pautado na música e isso é uma parada que me orgulha, porque quero sempre que a música seja a protagonista.

E na vida você iniciou um novo ciclo. Teve crise com a chegada dos 30 anos?
Quando eu era mais nova pensava que com 30 estaria casada, com filhos e, hoje, o Pudim é o meu neném [risos]. Sou muito realizada com as paradas que eu construí, mas ainda tenho muita coisa para realizar. Sinto como se eu tivesse começando de novo.

Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho
Foto: Marcio Farias | Beleza: Tiago Carvalho

 

Leia mais em: Gabi Melim mostra tratamento contra paralisia e faz alerta: 'Ajudar outras pessoas'

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Fernanda Chaves é repórter da revista CARAS e da Contigo! Novelas. É formada em jornalismo e já passou pela revista Minha Novela e pela Mattoni Comunicação. Escreve sobre celebridades, TV, novelas e reality show.

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