Aumenta a incidência de linfoma de Hodgkin em jovens de até 20 anos
*por Celso Massumoto Publicado em 09/05/2011, às 17h17
Segundo o banco de dados de saúde dos Estados Unidos, conhecido pela sigla Seer (site www.seer.cancer.gov), aumentou entre 2000 e 2008 o número de casos de linfoma de Hodgkin em jovens com menos de 20 anos. Enquanto no ano 2000 houve 1,18 caso em cada grupo de 100000 habitantes, em 2008 esses números subiram para 1,30 caso em 100000 habitantes.
A causa pode ser o contato mais precoce das pessoas com o vírus Epstein-Barr, porque hoje é fácil viajar tanto das cidades pequenas para as grandes, quanto pelo planeta. O microrganismo é contraído pelo ar. Ele provoca a mononucleose infecciosa, doença cujos principais sintomas são: aumento dos linfonodos, febre e muita dor muscular. Estudos realizados na Dinamarca e na Suécia constataram que indivíduos que têm anticorpos contra o vírus Epstein-Barr - ou seja, o contraiu e o organismo reagiu, neutralizando sua ação - estão quatro vezes mais suscetíveis a desenvolver o linfoma de Hodgkin, enquanto o risco de quem nunca teve contato com o vírus é de apenas 1.5.
O linfoma, para você relembrar, é um câncer do sistema linfático, responsável pelas defesas orgânicas junto com os glóbulos brancos do sangue, os leucócitos. O sistema linfático compõe-se de "vasos" interligados que se distribuem pelo corpo. Corre em seu interior uma substância chamada linfa. Em pontos dos "vasos", como debaixo dos braços e no pescoço, há "miniestações" conhecidas como linfonodos.
Há 60 subtipos de linfoma. Eles se formam dentro dos linfonodos e são classificados em linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH). Esses cânceres se desenvolvem em homens e mulheres. Diz-se que um linfoma é Hodgkin quando as células tumorais são grandes e têm mais de um núcleo (célula de Reed-Sternberg). Ele se espalha para os linfonodos mais próximos - em 80% dos casos, apenas para os localizados acima do diafragma, músculo que separa o tórax do abdome. O LH constitui 30% da incidência de linfomas. Ocorre mais dos 20 aos 30 anos e após os 50.
O LNH, por sua vez, corresponde a 70% dos linfomas. Sua incidência aumenta à medida que as pessoas envelhecem. Pode disseminar-se tanto para os linfonodos próximos, como para os distantes e para órgãos como pulmão e fígado. Por volta de 40% dos casos de linfoma não-Hodgkin têm evolução lenta e os restantes, rápida (chamados de agressivos).
Ainda não se conhece a causa dos linfomas. Pesquisa-se hoje a questão do vírus Epstein-Barr. Os sintomas desses cânceres são: aumento no volume dos linfonodos, febre, sudorese noturna, perda de peso e emagrecimento sem causa aparente, fadiga, coceira generalizada, anemia.
Os linfomas podem matar. Por isso, quem tem sintomas, em especial linfonodos cujo tamanho não diminui por duas a três semanas, devem consultar logo um clínico geral. Caso o médico suspeite que seja linfoma, deve encaminhar o paciente a um hematologista.
O diagnóstico é feito com ultra-som e tomografia computadorizada, que mostram se os linfonodos estão alterados. Comprova-se o linfoma com biópsia, por meio da qual se constata a alteração celular. O tratamento pode ser feito com quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea e terapia imunológica (anticorpos monoclonais). Grande parte dos casos felizmente tem cura.
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