Mãe e filha unidas na arte, juventude e superação de fase dolorosa
Elas até poderiam ser irmãs pela afinidade tecnológica, o papo leve, sem tabus, e tanta energia. Mas, acredite, Adriana Prado (47) e Valentina Bulc (17) são mãe e filha. “É motivo de orgulho quando escuto que parecemos irmãs. Ela é muito gata, mesmo”, elogia a adolescente, sucesso em sua estreia global em Malhação. “Infelizmente, não acho que somos parecidas. Mas, pelo amor de Deus, ela tem 17, e eu, 47”, atenua Adriana, que vem aproveitando a entressafra de seus trabalhos para acompanhar a menina nos compromissos profissionais. “Virei mãe de miss”, brinca a atriz de novelas como Passione, Cheias de Charme, Alto Astral e, no ano passado, Haja Coração.
Na Ilha de CARAS, as duas constatam uma afinidade tão forte que vem ajudando ambas a superar a perda do marido de Adriana, o diretor Sacha Celeste, falecido há cinco meses. “Sem Valentina, não teria dado conta de nada. É tudo muito difícil ainda. Às vezes, uma está triste e percebe isso apenas olhando a outra. Sa bemos o motivo. Então, tem colo. É com amor que a gente vai superando”, afirma Adriana.
Você acredita ter preparado sua filha para o sucesso?
Adriana – Ela continua sendo a melhor aluna da sala, bem caxias. Então, acho que não subiu à cabeça. Espero tê-la preparado para o que vem depois de Malhação. A entressafra não é fácil. Precisa ter maturidade.
Valentina – Minha mãe me orienta a não me iludir com tudo o que está acontecendo.
Mas a escolha profissional foi inspirada na sua mãe?
Na verdade, quando comecei a fazer as aulas de teatro fiquei muito encantada com a possibilidade de se doar para viver um personagem, uma outra pessoa. Não tinha essa fascinação pelo trabalho da minha mãe.
Adriana – Isso aconteceu aos 14 anos, quando ela subiu ao palco pela primeira vez. E na volta para casa falou frases muito fortes: “Achei o meu lugar, nasci para ficar no palco”... E aí não teve volta. Valentina ia para as aulas e retornava com brilho no olho e aquele prazer de estar ali fazendo uma coisa tão gostosa. Quando me acompanhava lá atrás, dizia que, se fosse se envolver com o meio artístico, seria diretora. O padrasto era diretor. Foi surpreendente ver uma criança que era muito tímida, entrar no teatro e virar uma adolescente muito pouco tímida e com essa paixão.
Adriana, aos 17 anos você já era tão madura como sua filha?
De forma alguma. Valentina viveu coisas cedo pelas quais não passei. Separação de pai e mãe, mudança de escola e de cidade duas vezes. Foi de Brasília para São Paulo. Quando estava adaptada, veio para o Rio. São coisas que vão forçando o amadurecimento. Acho que ela fez isso com maestria. Sempre fui muito mimada e tive uma situação familiar tranquila, inclusive financeiramente.
Como é a rotina de uma família de atrizes?
Adriana – Desde que ela entrou em Malhação, tivemos um período de uns 40 dias com as duas no ar. Chegávamos em casa e cada uma estudava seu texto no quarto, íamos para os Estúdios Globo atuar em produções diferentes. Hoje, temos um dia a dia de mãe e filha. Vou buscá-la no colégio, acompanhá- la nas fotos e gravações. Precisa de alguém ao seu lado com mais experiência, para orientar. E ela curte a minha presença.
Que lição tiram dessa convivência tão intensa?
Adriana – Agradeço por ser sua mãe. Valentina é a maior parceira que já tive na vida.
Valentina – Ficamos ainda mais próximas após a separação dela do meu pai, Milko Bulc. Passamos a morar só as duas por alguns anos, até ela casar de novo. Entre as coisas que me ensinou, o caráter vem em primeiro lugar. É uma sorte tê- -la como mãe.