by Geraldo Lamego
Basta desembarcar na Ilha de CARAS para perceber imediatamente que o Restaurante se tornou uma imensa bandeira da França. Partindo do tema Cognac para ornamentar o ambiente com 80 lugares, o arquiteto Geraldo Lamego (69) brincou com o Bleu, Blanc e Rouge nas toalhas, paredes e encostos das cadeiras sintéticas. “Variei bastante. Como as azuis e vermelhas chamam mais a atenção, quis colocar também algumas cadeiras transparentes entrelaçadas para dar leveza e um toque de modernidade ao espaço”, contou ele. Geraldo também optou por pintar a parede do fundo de azul forte para dar sombra aos arcos. Algumas listras verticais tricolores também são percebidas de longe, até por quem está em alguma embarcação no mar. Foram colocadas ainda mesas retangulares, quadradas e cinco redondas, sendo a maior delas de 2 metros de diâmetro. Dois aparadores de madeira aparecem como apoio para os pratos do bufê. “Lógico, minha intenção é que os convidados curtam esse ambiente, mas não somente isso. Desejo que eles também tenham bastante apetite aqui. O vermelho pode dar mais fome (risos)”, sugeriu ele.
Em referência ao Cognac, o profissional pendurou alguns quadros na parede. Um deles, mostra a região de origem do destilado e sua harmonização de acordo com as estações do ano, outros mostram fotos com taças da bebida. “Quis fazer algo leve, atual e contemporâneo para quebrar um pouco essa arquitetura mais clássica do espaço”, contou.
Com 30 anos de profissão, Geraldo admite ter seu estilo rotulado como clássico, mas prefere não pensar dessa forma. “Evito essa palavra, parece ultrapassada. E eu não me vejo assim. Isso acontece porque tive uma formação clássica, morei cinco anos em Paris. Tenho cultura para isso, posso usar sem caretice. Mas procuro ser contemporâneo, só não faço uma coisa arrojada demais porque não me vejo nesse contexto”, explicou ele, que ainda manda um recado aos jovens. “Primeiro, é preciso ter bom gosto e talento para se destacar. Depois, é trabalho, além de estudo, viagens e estar a par das novidades. Muitos hoje nem sabem o que é clássico ou uma coluna em estilo dórico ou jônico. E não querem saber. Eu sei, desenhei isso tudo a mão na faculdade, é assim que se aprende o que é proporção, por exemplo”, justificou.