Bem de corpo e alma após acidente, Débora Lyra diz que sobreviveu com ajuda da espiritualidade
Um ano após ter sofrido um grave acidente de carro durante viagem entre Vitória e Búzios, a Miss Brasil 2010, Débora Lyra (23), assume que está com “sede de viver”. “Certas coisas a gente não comanda. Ficava pensando no futuro. Agora, sou intensa com o presente. Renasci”, avalia, na Ilha de CARAS. Totalmente recuperada emocionalmente e fisicamente das fraturas nas vértebras e da lesão na coluna cervical, Débora, que chegou a correr risco de morte e passou dez dias na UTI, sente-se pronta para contar pela primeira vez que acredita ter tido uma experiência espiritual no momento da tragédia. “Parecia que estava vendo o acidente de cima. Olhava o carro, o resgate... Menos meu corpo. Sou católica, nunca me revoltei. Agradeço todos os dias a nova oportunidade”, desabafa. Vaidosa, a modelo assume que demorou um tempo para encarar com naturalidade as cicatrizes herdadas, no pescoço e na barriga. “Ficava encucada, até por conta do trabalho. Continuo prezando pela minha imagem. Adoro sair de casa maquiada”, avisa ela, namorada do cantor sertanejo Daniel Caon (19) há seis meses. “Daniel brinca que Deus me salvou para eu entrar na vida dele”, diverte-se ela, no espaço Nativa SPA.
– Daniel simboliza essa nova fase na sua vida?
– Muito! É a minha versão masculina. Tinha visto uma foto dele em um outdoor em Vila Velha, ES, onde moramos, e o achei lindo, um japonês de olho verde! Dias depois, nos conhecemos em uma festa. Daniel começou a mexer comigo porque eu estava de boné. Expliquei que rasparam um pedaço da minha cabeça por causa do acidente e o cabelo crescia espetado, igual ao do Cebolinha. Achamos graça, acabamos ficando juntos. Temos uma relação tranquila, estudamos Administração na mesma sala, me dou superbem com fãs dele... Nunca fui tão feliz.
– Já curtia música sertaneja?
– Sim, minha irmã mais velha, Nathalia, era cantora country. Brinco com o Daniel que foi péssimo ter começado a namorá-lo porque agora me acho a cantora. Solto a minha voz em todo o lugar. (risos) É hilário! Pior é que sou uma negação. Sem brincadeira, o meu sonho mesmo é ser apresentadora. Buscarei realizá-lo.
– Tem contato com o seu exnoivo, Hermon Souza?
– Eu não fico amiga de ex. Terminamos um mês depois do acidente. Tinhamos rompido dias antes, mas, na véspera, reatamos e quase morremos. Mas acredito que nada acontece por acaso.
– Como a sua família reagiu a tudo isso?
– Nos três primeiros meses fiquei em cima de uma cama. Minha irmã mais nova, Fernandinha, ajudava minha mãe, Nila, a dar banho, a me alimentar... Usava fralda. Sempre fui hiperativa e era difícil ficar sem me mexer. Os médicos me davam calmante. Com o passar do tempo, tudo se acertou. E fiquei ainda mais próxima de todas. Da mãe, então... Agora somos sócias, abriremos um salão em Vila Velha em fevereiro.
– Você ainda sente dores?
– Nenhuma! Só não tenho muita mobilidade no meu pescoço porque colocaram uma placa de titânio no lugar da minha C4. Mas agradeço sempre a Deus por não ter ficado com nenhuma sequela grave. Oro antes de comer e antes de dormir, chego a ajoelhar.
– Chegou a fazer plásticas?
– Só na barriga e complemento com tratamento a laser. Quando os médicos me operaram, obviamente, não pensaram na beleza do corte, mas em me salvar.
– E você mantém outros cuidados estéticos?
– Fiz botox no ano passado. Além de protetor solar e beber bastante água. Gosto de me cuidar, como a maioria das mulheres.
– E pratica exercícios?
– No pós-operatório, perdi uns 20kg, cheguei a pesar 55kg em 1,80m. Falava para os médicos que queria meu corpo de volta. Hoje já voltei a fazer musculação e comecei a praticar muay thai. Atualmente, estou com 68kg.