Sucesso com sacrifícios e maturidade: ‘Minha cabeça é de uma velha chata’
Fenômeno de popularidade no País, Larissa de Macedo Machado, a Anitta, que completou 22 anos em 30 de março, não é só poderosa no que diz respeito aos números extraordinários na sua trajetória: mais de 2 milhões de seguidores em redes sociais, cerca de 30 shows por mês e quase 2 milhões de visualizações dos seus clipes. A cantora, que tem dois álbuns gravados e um DVD, também brilha longe dos holofotes. De origem humilde, Anitta conseguiu transformar radicalmente sua vida e a de toda a família nos últimos três anos, após o sucesso da música 'Show das Poderosas'. “Sempre quis morar em uma casa boa porque vivia em um barraco na zona norte do Rio, e ter um carro. No meu antigo bairro, quase não passava ônibus! Conquistei tudo isso. Estou feliz financeiramente. Trabalho muito por prazer, não é para ficar cada vez mais bilionária”, disse a estrela, que chegou exuberante à Ilha de CARAS, apesar da intensa maratona de compromissos e de poucas horas de sono. “No futuro, pretendo dar uma desacelerada. Meu ritmo é muito forte”, constatou ela, mas sem precisar exatamente quando isso acontecerá. Realizada com tantas vitórias e um pouco mais tranquila após os primeiros anos de ajustes na carreira, Anitta é incansável e faz questão de cuidar da sua agenda profissional. Cada pequeno detalhe tem de ser aprovado por ela. Apesar de isso ser extremamente trabalhoso, ela garantiu sentir-se mais feliz dessa forma. “Estou em uma fase maravilhosa. Não faço nada daquilo que não queira”, garantiu a artista, que, aos poucos, começa a investir na carreira internacional. Ela também não descarta a possibilidade de vir a atuar com mais frequência após sua experiência no telefilme Didi e o Segredo dos Anjos, que foi exibido em dezembro passado na Globo.
– Como explica o sucesso?
– É um trabalho árduo. Se não tiver uma dedicação extrema e aprender a abrir mão de várias coisas na vida, não vai obter êxito. Sempre agradeço a Deus por tudo o que está acontecendo.
– E do que você abriu mão?
– Comecei a me apresentar aos 16 anos, não tinha dinheiro. Tudo dependia de mim, do meu esforço e do meu trabalho. Enquanto minhas amigas saíam e conheciam pessoas, eu estudava e ia cantar em baile. Como era menor, muitas vezes minha mãe, Mirian, e meu irmão, Renan, iam comigo.
– Arrepende-se de algo?
– Sou muito feliz. Não sinto falta de nada. Cresci sonhando com essa vida. Desde os 3 anos falava que queria ser cantora. Acho que meu destino estava traçado.
– Mas a fama acaba levando a sacrifícios. Por exemplo, você já disse que não gosta de malhar.
– Encaro como parte do meu trabalho. Amo comer. Para mim é a melhor coisa da vida, como igual a uma ‘draga’. Mas depois de quatro anos trocando o dia pela noite, o meu metabolismo está bastante diferente. Agora engordo facilmente, mesmo com a malhação e a dieta. Vivo carregando barrinhas de cereais por aí.
– As intervenções estéticas, como a plástica no nariz e a operação nos seios, também foram por causa do seu trabalho?
– As primeiras, sim. Mas depois fiz para consertar um erro médico. Talvez, se não trabalhasse no ramo, não fizesse. Sou super relax.
– Sente-se mais bonita após os procedimentos?
– Nunca me achei feia.
– É madura para sua idade...
– Sou novinha só na identidade. Na cabeça, sou uma velha chata.
– Então, por que continua morando com sua mãe?
– Gosto de casa cheia. Ralo muito e, quando chego em casa, adoro ser mimada por ela. Minha mãe cuida de cada peça de roupa.
– Costuma dar satisfação a ela?
– Aviso onde estou. Por mais que eu seja a dona da casa, banque as contas de todos, digo à família que as minhas coisas são de todos. Porque foram eles que me ajudaram a construir o que tenho.
– Ainda trabalham juntos?
– Meu irmão trabalha no escritório. É o meu segundo olho. Ele observa tudo para mim e me passa para depois eu tomar as decisões. E minha mãe fica lá em casa, fazendo 1000 coisas.
– E o seu pai?
– Ele está sempre trabalhando comigo. A parceria da minha família é o verdadeiro motivo para eu conseguir me manter bem, estável emocionalmente.
– Até porque é fácil se deslumbrar com a fama...
– Pode ser. Mas tive uma infância bastante pobre, até alcançar o sucesso foi dureza. Vim de uma família humilde, tão querida e do bem, que isso não acontecerá.
– Já deu para perceber que é workaholic...
– Sou. Não paro de trabalhar um segundo. Até nas férias fico mandando mensagem.
– Mas como vai arrumar namorado dessa forma?
– Eu quero um, mas sou muito chata. Procuro cabelo em ovo. Sou bastante exigente.
– Sempre foi assim?
– Sim. Os caras ficam pedindo para continuar o relacionamento, o problema é que não quero. Na verdade, dá para arrumar namorado, sim. Sou eu que devo estar me achando demais
– Consegue ter vida social?
– Me planejo para isso. Me dou o direito de ter uma folga durante a semana, por exemplo.
– E quem costuma ser seu ombro amigo?
– Minha mãe. Mas já tem uns bons meses que estou mais tranquila, sem precisar desabafar. Me vejo mais sábia e calma para encarar cada desafio.