Em entrevista exclusiva, Daniel Rocha diz que o título de galã não atrapalha a carreira e afirmou que quer seguir os passos de atores como Marlon Brando, Brad Pitt e James Dean. 'Ter beleza, ok. Mas agora é a hora de mostrar que tenho talento'
Daniel Rocha (21) é o novo queridinho das donas de casa. Apontado como um dos grandes galãs da novela Avenida Brasil, da TV Globo, o ator que dá vida ao indeciso Roni afirmou que torce para que seu personagem continue no triângulo amoroso, formado por Leandro (Thiago Martins, 24) e Suelen (Isis Valverde, 25).
Na tarde deste sábado (15), o artista desfilou para a grife 1+1 no Fashion Weekend Kids, no shopping JK, em São Paulo e comentou com exclusividade à CARAS Online sobre o sucesso do folhetim escrito por João Emanuel Carneiro (42), a construção de Roni e respondeu o que acha de um galã gay de novelas esconder a sexualidade.
- Você é apontado como um dos grandes galãs de Avenida Brasil e ganha, inclusive, várias enquetes com este tema. A que se deve esse frisson com o público feminino?
- Acho que tem relação com a trama e o direcionamento da equipe. O autor da novela está proporcionando cenas incríveis para mim. Cenas que são um desafio como ator, como artista, com a minha maturidade. Também tem a ver com a direção, a preparadora, a equipe toda e, claro, o público. O Roni caiu no gosto popular. O pessoal gosta do trabalho, gosta do personagem, torce por esse núcleo e, para mim, está tudo certo. O pessoal vota em todas as enquetes e é galã, galã, galã toda hora (risos) Pô, o Cauã está há vários anos seguidos como galã, então ganhar dele é uma honra.
- Nos últimos anos, o número de novos galãs diminuiu e novos nomes, como o do Rodrigo Simas, rejeitam essa definição. O título de galã te agrada ou te incomoda?
- Não me incomoda. O Marlon Brando era um galã e era um grande artista. James Dean e Brad Pitt, também eram homens bonitos que se destacam também pelo talento. Acho que vou por esse do caminho do Marlon Brando também. Ter beleza, ok. Mas agora é hora de mostrar o que tenho além disso. Ou seja, o talento.
- Embora o Roni não seja assumidamente gay, esta questão é bem forte nele. Fez alguma preparação especial, buscou alguma pessoa para se espelhar?
- Vim do teatro e lá encontrei vários artistas homossexuais, que são assumidos. E eles sempre foram meus amigos. Então, não fiz nenhuma preparação. Quando surgiu essa oportunidade de interpretar o Roni, fui buscando todas essas referências dos meus amigos e fiz o personagem em cima dessas pessoas que eu conhecia. Mas não busquei em ninguém em específico. Mais que a sexualidade, a grande característica do Roni é a sensibilidade.
- O que você acha das pessoas que escondem a sua orientação sexual?
- Isso é muito comum ainda nos dias de hoje. Tenho vários amigos com namorados, assumidos para os amigos, mas que não se assumem para o pai e para a mãe. Sentem medo, pensam na criação dos pais... Para você ter uma idéia, de 20 gays, 19 não se assumem. É uma proporção muito grande e acho que eles pensam mais na reação da geração passada, que era muito mais machista, mais fechada no modo de pensar. Esse preconceito não está no controle nosso, vem de antes, então acaba gerando receio. Apesar disso, vejo uma mudança positiva de lá para cá.
- Os autores Gilberto Braga e Aguinaldo Silva disseram recentemente que os galãs gays das novelas não deveriam se assumir. Você concorda que um galã deva ficar no armário?
- Não, acho que não. Temos vários galãs que se assumiram em Hollywood e continuam com uma boa carreira. Às vezes eles vão para os filmes B, mas depois voltam com tudo em grandes produções. Eu acho que essa permanência no armário não tem nada a ver na vida de um artista. É a orientação sexual dele, só diz respeito a ele, não interfere no trabalho e nem no desempenho de atuar um personagem hétero. Quem é bom no que faz vai convencer o público indeendente do papel e da sexualidade.