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Com 22 quilos a menos, Rebeca Gusmão fala sobre os desafios da maternidade

A ex-nadadora conta como concilia atividades físicas e os cuidados com Zeus

CARAS Digital Publicado em 01/11/2016, às 14h25 - Atualizado às 14h32

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Rebeca Gusmão: hoje em dia e na gravidez de Zeus - Arquivo Pessoal e Fábio Carvalho/Divulgação
Rebeca Gusmão: hoje em dia e na gravidez de Zeus - Arquivo Pessoal e Fábio Carvalho/Divulgação

Há três meses a vida de Rebeca Gusmão mudou. Com a chegada de Zeus, seu primeiro filho, a ex-nadadora vem descobrindo as delícias e as dificuldades da maternidade.

Entre os desafios está retornar ao peso que tinha antes da gestação (78 quilos). "Me perguntava todas as vezes que via aquele barrigão, o peito e a bunda enormes, se iria ficar daquele jeito para sempre. Mas me vinha na cabeça: 'só se você se permitir ficar assim'", conta ela. A transformação, aliás, não é novidade na vida de Rebeca - ela chegou a pesar 107 quilos quando deixou as piscinas. "Quem já leu meu livro 'Virada Olímpica' sabe o quanto engordei depois que parei de nadar e a transformação que fiz algum tempo depois", comemora.

Agora ela vem incentivando seus seguidores nas redes sociais a investirem em mais qualidade de vida com dicas de exercícios fisicos e alimentação saudável, sempre com orientação médica. A ajuda da família, garante, também é fundamental. "Ter a família por perto é a melhor coisa do mundo, porque além de conseguir um tempo para fazer as coisas, também dá para malhar", explica.

Confira o bate-papo!

- Como você eliminou 22 quilos em três meses?
Quando as pessoas falavam que amamentar emagrecia horrores eu não acreditava muito, mas realmente descobri que é verdade. Mas não é pelo fato do bebê mamar e, sim, por trocar a hora de comer por dormir. O Zeus não dormia durante a noite e fiquei igual um zumbi nos dois primeiros meses. Todas as vezes que ele fechava os olhos minha mãe ou meu marido falavam para eu comer alguma coisa. Quando eles voltavam para falar de novo eu já estava roncando. Acho que esse fato ajudou muito mais a emagrecer. Claro que a amamentação também ajuda muito, ainda mais quando seu filho é um bezerrinho.

- Como é sua rotina de exercícios e sua alimentação?
Comecei a caminhar duas semanas depois da cesariana. Comecei bem leve, caminhava de 20 a 30 minutos, três vezes na semana. Antes do Zeus completar um mês eu voltei a trabalhar dando treino de natação. Em seguida comecei a fazer musculação bem leve e aos poucos voltar a nadar. Minha alimentação sempre foi equilibrada, mais pensando nele do que em voltar logo para meu peso. Então passei a fazer atividade física quatro vezes na semana e comia bastante proteína (peixe) com verdura e salada na hora do almoço e no jantar. No café comia um cuscuz com ovo que amo!! À tarde um whey protein especial que não dá gases no Zeus.

- Que conselho você dá às mães que temem não conseguir voltar ao seu peso após a gravidez?
Para que fiquem tranquilas. Nosso corpo sofre uma transformação muito brusca em nove meses. Eu já cheguei a pesar 107Kg quando estava gorda e grávida cheguei a pesar 104Kg. Já estou com 82kg, quando engravidei estava com 78kg. Estou longe do corpo que estava, esculpido, bem definido, com curvas... mas todos os dias lembro que meu corpo sofreu muitas alterações para me dar o maior presente de minha vida. Meu filho precisa do meu leite, e tudo que faço ou tomo, interfere na vida dele. A gente fica cansada, quer dormir ou fazer tudo que a vida exige enquanto o bebê está dormindo e a atividade física não cabe nesse tempo, mas eu posso afirmar que mesmo com sono eu procuro fazer porque me dá mais disposição nos dias mais "tensos". Tem dias que minhas costas, meus braços, minhas pernas estão acabadas porque fico horas com o Zeus no colo pra lá e pra cá. Isso por si já é uma tremenda malhação!

-Você teve esse medo?
Muito! Me perguntava todas as vezes que via aquele barrigão, o peito e a bunda enormes, se iria ficar daquele jeito para sempre. Mas me vinha na cabeça: “só se você se permitir ficar assim”.

- Como conciliar o tempo para cuidar de si e dar conta das tarefas com o bebê? Tem algum truque?
Graças a Deus minha mãe e minha sogra me ajudam muito. Ter a família por perto é a melhor coisa do mundo, porque além de conseguir um tempo para fazer as coisas, também dá para malhar. Ele agora entra na fase que começa a natação e as atividades de música e psicomotricidade, então já vai para a academia comigo. Acho que agora ele vai querer dormir mais, né? (risos)

- Você tem dado dicas ao público nas redes sociais, como tem sido o retorno?
Está sendo ótimo!  As pessoas têm me mandando muitas mensagens agradecendo, pedindo mais conselhos, perguntando quando vou fazer um canal, se eu vou ter um programa na TV falando disso... Eu agora estou implementando em Brasília e no Brasil o crosswim, é um tipo de treinamento superdivertido. Eu fico muito feliz com o retorno das pessoas, principalmente quando falam que leram meu livro.

- Muitas mulheres têm dificuldade com a amamentação. Como tem sido esse processo para você?
A parte mais difícil para mim foi a amamentação. Até disse que meu segundo livro seria "Diário de uma ex-atleta gestante". Nada daquilo que a gente vê na televisão, que é lindo,  maravilhoso é verdade. Dói, você quer morrer no início, você chora. No fundo quer que o menino não goste do peito de tanta dor! O peito racha, aumenta horrores, logo que começa a produzir leite fica duro se não tirar... mas tudo isso é só no início. O Zeus mama no peito e toma mamadeira. Hoje eu acho uma delícia, mas no início não foi fácil. 

- O que mudou na sua vida após a chegada do Zeus?
Tudo! Primeiro que não tenho vontade de comprar mais nada pra mim, tudo quero para ele. Você começa a entender o tal do amor incondicional. Aquele chorinho que chega a doer no coração, a dependência de um ser tão pequeno, o quanto ficamos mais sensíveis, o como pensamos "como pode alguém fazer mal para esses seres tão indefesos?". Como um sorriso, uma gargalhada, um gesto novo transforma nossos dias, como muda toda nossa rotina. O mundo para nossos filhos é uma novidade é para nós mães também.

- O que ninguém te contou sobre a maternidade que você está descobrindo agora?
Ahhhhhh muitas coisas... não existe esse negócio de que bebê dorme 18 horas por dia. Eles não dormem e quando chega o sono eles lutam até não aguentarem mais ou só mesmo um peito para acalmá-los. Por isso a frase "é um sono que dói".  Não tem esse lance de mamar de três em três horas, depende muito. Pode ser de hora em hora, pode ser a madrugada toda no peito porque o aconchego do peito é que acalma. E o dia da vacina? Meu Deus, eu choro mais que ele! São tantas coisas que só sendo mãe para descobrir. Mas como disse em meu livro: A minha felicidade agora pertence ao mundo de Zeus.