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Zezé di Camargo e Luciano relembram polêmicas da carreira no 'Roda Viva'

Com uma análise sobre a mudança de cenário da música nacional desde o início de sua carreira até hoje, a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano analisa seu espaço e relembra polêmicas em entrevista no programa 'Roda Viva', da TV Cultura

Redação Publicado em 21/05/2012, às 23h26 - Atualizado em 25/07/2012, às 21h39

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Zezé Di Camargo & Luciano - Francisco Cepeda / AgNews
Zezé Di Camargo & Luciano - Francisco Cepeda / AgNews

Em tempos de explosão do sertanejo universitário em todo o país e o surgimento de inúmeros artistas com a mesma origem humilde e seu pé no caipira, Zezé di Camargo (49) e Luciano (39) permanecem intactos com seu status de força motriz do gênero que embala há mais de 30 anos as paradas das rádios brasileiras. Na noite desta segunda-feira, 21, a dupla entrou no cerco do programa Roda Viva, na TV Cultura, e revelou os detalhes de uma carreira musical e mercadologicamente frutífera, segundo eles, e os percalços que encontraram no caminho até o sucesso.

Música é um pouco de tudo: arte, comércio, indústria. Quando comecei, me ensinaram a apertar algumas notas na sanfona e sair cantando com sete anos de idade, comecei a gostar de música ouvindo rádio de pilha na fazenda. Depois você tem que fazer parte do mercado, senão você não sobrevive”, avaliou Zezé di Camargo sobre o cenário musical de hoje. Humildes, os sertanejos contaram que preferem manter os pés no chão, mesmo depois da consagração nacional para não perder o equilíbrio e seus valores: “Se você pensar nisso, você pira”, afirmou Luciano.

O sertanejo revive atualmente um momento tão bem sucedido quanto no começo dos anos 1990, quando o Brasil viveu o boom de alguns de seus maiores artistas do gênero. Fiel à suas raízes, Zezé di Camargo enxerga espaço para todos os cantores no cenário de hoje, mas distingue bem o tipo de produção de hoje e ontem, independente de que gênero se discuta.

Admiro muito as músicas que conseguem ficar na cabeça dos ouvintes. Nos últimos anos, quem conseguiu isso foram o Michel Teló (31) e o Latino (39), são dois ícones dessa geração. Mas daqui a 10 anos, você vai ouvir Ai, Se eu Te pego e talvez não vá se emocionar. Mas com o passar o mesmo tempo, você vai ouvir Detalhes e ainda chorar de emoção”, analisou Zezé.

Em um universo informatizado, os sertanejos contaram durante a entrevista que não ficaram para trás não. Conscientes da utilidade da internet para divulgar seu trabalho e até fãs de plataformas muito populares no meio como o Twitter, os cantores ainda se consideram uma exceção. “Comparando como mercado, ainda somos grandes vendedores. Quem compra o cd compra por tudo do cd, a capa, o encarte, as fotos, porque se quisesse só a musica, tem vários canais para chegar”, avaliou.

Polêmicas

Para quem acompanha a carreira da dupla, lembra-se que 2011 foi um ano conturbado e cheio de polêmicas – e é claro que a suposta separação dos irmãos não passou em branco na entrevista. “O erro foi meu. Estava chateado devido à discussão que tivemos um pouco antes do show. Mas assim que falei, eu me arrependi. Tenho vergonha de tudo o q aconteceu comigo naquela época, inconsciente, eu poderia ter tentando me matar, apesar de estar inconsciente. Graças a deus a gente conversou no Rio, foram duas horas de choro e cinco minutos de conversa”, desabafou Luciano, seis meses após a briga que quase separou a dupla.

Outra polêmica que surgiu durante a coletiva da Roda Viva foi o processo judicial aberto pela família de Zezé após um comentário feito pelo humorista Rafinha Bastos (35) sobre a gravidez de Wanessa (29), filha do cantor. Quando perguntado sobre os limites do humor e o bom senso, Zezé soltou o verbo. “Humor pra mim é Chico Anysio, Tom Cavalcante... grandes humoristas não precisam execrar as pessoas. Eu demonstrei muito pouco. Fiquei triste porque ele não se redimiu. Eu já falei coisas que me arrependi depois e voltei atrás. Ele cometeu uma grosseria e não teve a humildade de assumir que cometeu”, opinou.