Fenômeno sertanejo supera infância pobre, abre o coração e o lar
Fenômeno da música sertaneja com mais de 2 milhões de CDs vendidos e 230 shows por ano, Eduardo Costa (33) tem no “quintal de casa” um avião Learjet, um helicóptero Esquilo B4, uma lancha de 36 pés e jet skis. Mas não hesita sobre a grande lição que a vida lhe ensinou. “Dizem que as ondas do mar fazem um bom remador. Ninguém constroi uma história bonita sem passar por dificuldades. Sou grato por tudo o que vivi”, afirma ele, cujo verdadeiro nome é Edson Vander da Costa.
Nascido em Belo Horizonte e criado em Abre Campo, a 216 km da capital — “Minha mãe foi passar o Natal na capital e eu nasci lá”, diverte-se —, Eduardo veio de família simples, passou fome, começou a fazer bicos ainda menino e aos 14 anos saiu de casa em busca da carreira artística. “Comecei a cantar na noite ganhando quase nada. Teve noite em que cantei em troca de um prato de comida! Onde me chamavam, eu ia. Tocava sertanejo, pagode e MPB”, recorda ele. Hoje, com 15 anos de carreira, 10 CDs e dois DVDs lançados, ele orgulha-se de ter o grande ídolo, Leonardo (49), como amigo e sócio no escritório que administra a carreira de artistas como Paula Fernandes (27). Quando não está com o pé na estrada, o cantor se refugia na casa de 2400 m² que mantém no condomínio Escarpas do Lago, em Capitólio, MG, à beira da Represa de Furnas. Carismático e com pinta de galã, Eduardo abriu as portas do seu lar à CARAS e confessou a vontade de subir ao altar.
– Este é um casarão!
– Amo este lugar, mas venho pouco para cá, mais nas férias. Comprei a casa mobiliada e mudei só algumas coisas. Adoro bichos, por isso coloquei objetos com estampa de onça. Meu sonho é ir para a África, fazer um safári.
– Foi um longo caminho da infância pobre até aqui...
– Morava na roça. Lá, a gente não tinha dinheiro, mas não faltava comida. Quando eu tinha 12 anos, a gente mudou para a cidade e aí a situação apertou. Não tínhamos dinheiro e nem comida. Passamos fome, meus pais se separaram, meu pai voltou para a roça e a minha mãe ficou na cidade. Assumi a responsabilidade da casa e comecei a trabalhar para colocar comida no prato. Vendia coisas na rua, picolé na caixa de isopor, coxinha, pipoca... Depois trabalhei em floricultura e fui mecânico.
– E como a música surgiu em sua vida?
– A família toda gosta de música, acho que nasci cantando. (risos) Uma prima me deu um violão e aprendi a tocar sozinho. Com 14 anos fui cantar na noite ganhando quase nada. Depois, um amigo montou uma banda de baile, o que deu a chance de me profissionalizar. Tocávamos de tudo. Também formei a dupla Eduardo & Cristiano, que não foi para frente. Continuei usando o nome Eduardo e inclui meu sobrenome Costa. Aí as coisas começaram a acontecer, gravei o meu primeiro CD...
– Como é ter vencido?
– Tenho medo de passar necessidade de novo, mesmo tendo uma carreira sólida e sabendo que Deus tem me dado inspiração.
– Onde sonha chegar?
– Sou vaidoso, quero ser um artista grandioso. Almejo mais, não financeiramente, porque como eu vim de uma família humilde, qualquer coisa para mim está bom, mas tenho vontade de fazer cada vez mais sucesso. Quero gravar um CD em Nova York, como a Ivete.
– E você é vaidoso também com a aparência.
– Malho de segunda à sexta, viajo com meu personal. Trabalhei muito sob o sol, a pele envelheceu cedo, mas nunca quis fazer plástica. De dia, passo protetor solar; de noite, um creme no rosto. Deveria ter me cuidado antes, mas não tinha dinheiro. Sou disciplinado e quero estar bem para os meus fãs.
– Tem um sonho de consumo?
– Sou fã de carros. Meu sonho é ter um Bugatti, mas o preço é quase de um avião...
– Mas você tem um avião!
– É um investimento, não uma vaidade. O artista que faz muitos shows tem de ter avião. A única coisa que cura a voz é o sono. Dormir mal deixa a voz ruim.
– Como é a relação com a sua filha, Maria Eduarda?
– Maravilhosa! Ela tem 6 anos, é meu bem maior. Sou amigo da mãe dela, Lilian Araújo, uma pessoa sem igual. Sou um pai ausente por conta da carreira, mas quando estamos juntos, sou muito feliz.
– Pensa em construir família?
– Sim. Homem sem família não é 100% realizado. Tenho vontade de ter uma esposa.
– É namorador?
– Um pouquinho. Gosto de mulher bacana e de boa índole. Mulher para dar uns beijos tem um monte, mas tem de ver se ela é boa para ser esposa, mãe.