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Refúgio praiano de Wanderley Nunes e seu clã

No litoral norte de SP, o hair stylist fala da separação e do amor pelos filhos e pelas artes

Redação Publicado em 09/11/2009, às 20h30 - Atualizado às 20h46

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Referência no quesito tesouras no Brasil, Wanderley Nunes (49), fundador da rede paulistana de salões de beleza Studio W, cultiva na 'vida real', longe das cadeiras que recebem de Cláudia Raia (42) à primeira-dama da República, d. Marisa Letícia Lula da Silva (59), estilo de vida simples e calcado na convivência familiar. Solteiro há pouco mais de um ano, após 24 anos de união com Cida Nunes (45), com quem teve Pedro Henrique (21), piloto de Fórmula 3 baseado em Londres por conta de sua escuderia, Manor, e a arquiteta Drielly Nunes (23), Wanderley faz da casa que mantém no litoral norte de SP um refúgio. Na residência de 400m² projetada por Drielly, ele cozinha, degusta vinhos, exercita os dotes de fotógrafo e decorador e medita. Ao lado de Drielly, com o namorado de 4 anos, o administrador João Porto (26), ele falou à CARAS sobre suas paixões em tarde passada entre a cozinha e a areia. - A casa tem decoração bastante autoral. Como a define? - Tenho muitos objetos antigos; me sinto jovem ao lado do antigo. Criei aconchego usando cores neutras, bege, marrom e branco, e aposto em detalhes como lustres dos anos 1950 e luminárias antigas, de São Paulo e da Europa, fotos, como as que fiz durante viagem à Índia, e objetos de arte como a cortina de metal de Sandra Martinelli. Meu lugar preferido é o balcão, pois é ali que nos reunimos em torno da cozinha. - Além do sucesso do W, você segue com outros projetos. Pode falar um pouco deles? - O maior deles é da universidade de cabeleireiros, algo que vou propor ao Ministério da Educação. No mais, o W vai bem. Tenho cerca de 400 pedidos de franquia no mundo, estudo a 'entrada' no Rio e vou abrir neste ano ainda a W Academia Internacional, escola de cabeleireiros em SP, na qual também teremos cursos de cinema. - Após 24 anos de casamento, foi difícil se separar? - Não, pois foi a terceira vez que me separei. A primeira foi há 12 anos. A segunda, há 4. Fomos nos acostumando à situação. Hoje a vejo como uma mãezona, sei que é quem mais me quer bem no mundo, não mais como homem, mas como alguém importante em sua vida. Chegamos a ficar separados dois anos, tivemos outras pessoas. Mas nunca nos trocamos por outros. Sou contra traição. Não existe estar com uma pessoa pensando em outra. Mas também não existe estar com alguém que eu não possa fazer feliz. Tudo meu será dividido meio a meio, pois é a obra de duas pessoas. Ela sempre trabalhou, mas mesmo que nunca o tivesse feito, teria tal direito por ter me apoiado. Sou contra a separação, por motivos religiosos, mas sou contra ser infeliz. Atendo muita gente que quer se separar e não tem coragem. Por preconceito, há muita gente infeliz por aí. - Como decidiram isso? - A vida poderia nos separar de outra forma, o que quase ocorreu. Tive diverticulite seguida de infecção generalizada há dois anos, sofri cinco cirurgias e tive 1% de chance de sobreviver. Ela teria estado comigo até o final. Como sobrevivi, decidimos o melhor. Quero fazê-la feliz. Assim, farei meus filhos felizes e serei feliz. - Está aberto a novo amor? - Sim. Há tanta gente bacana sozinha. A que fará diferença na sua vida não é você quem escolhe. Deus coloca na sua frente. - Como é a mulher ideal? - As loiras têm luz, mas amo as morenas. A mulher ideal não é alta, nem gorda, tem sorriso sincero e o cabelo bonito e bem cortado. Adoro mulher brava. Homem não está atrás de mulher tonta. Uma das minhas piores gafes foi elogiar d. Marisa dizendo que atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher. Ela disse: 'Atrás, não. Ao lado.' - Você fala bastante sobre Deus, segue alguma religião? - Respeito todas, mas acho que você deve acreditar no deus que lhe faz bem. Sou evangélico, creio na Bíblia. Amo quem tem a alma boa e não sei ir para casa sem fazer o bem para alguém. Não discuto religião, nem política. Posso ficar quatro horas conversando com o presidente Lula e não falo de política. Seria o mesmo que ele discutir cabelo comigo. Creio em energia. Quando coloco a mão na cabeça de alguém, mentalizo o bem. Sei que faço diferença na vida delas, elas saem mais felizes. Decepcionei muito pouca gente, agradei à maioria. - Como é o Wanderley pai? - Meus filhos são vencedores, pois fazem o que gostam. Criei um exército de duas pessoas. Nunca peço para que gastem menos - sei que não gastarão mais do que precisam -, nem para serem bons filhos, pois já nasceram assim. Nunca digo para procurarem ser os melhores, já se esforçam para isso. Só exijo cumplicidade com a vida, com Deus, com a família. - Se não fosse cabeleireiro, você acha que seria o quê? - Recebemos 400000 pessoas por ano, somos um dos top no mundo. Fui eleito na Alemanha um dos 10 melhores do mundo. Adoro o que faço, como adoro cozinhar. Converso com a comida, assim como converso com o cabelo. Amo decoração e fotografia, crio joias e componho músicas. Sou autodidata. Se não fosse cabeleireiro, seria arquiteto. Tenho o dever de representar a classe e faço isso bem, sou bom de marketing. Se há uma mulher bonita, que corte comigo. Vou atrás disso. Sou abençoado, mas não realizado. Um sonho é poder ensinar a partir do dom que Deus me deu.