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A receita de vida de Marcello Airoldi

Marcello Airoldi de 'Salve Jorge' diz como tempera sua arte nos momentos de folga

Redação Publicado em 13/11/2012, às 19h32 - Atualizado em 14/11/2012, às 04h06

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No apartamento onde Jorge Amado e Zelia Gattai moraram, em Copacabana, o ator lê sobre o escritor
baiano. Na cozinha, onde diz conseguir relaxar, exerce a paixão pela gastronomia. - Selmy Yassuda
No apartamento onde Jorge Amado e Zelia Gattai moraram, em Copacabana, o ator lê sobre o escritor baiano. Na cozinha, onde diz conseguir relaxar, exerce a paixão pela gastronomia. - Selmy Yassuda

Entre os trabalhos em Salve Jorge, como o inspetor Barros, nos palcos e no cinema, o ator Marcello Airoldi (42) sempre encontra tempo para dedicar-se à paixão pela gastronomia. O gosto pelas panelas e temperos é tanto que o hobby virou um ritual: todas as segundas-feiras, ele prepara um prato diferente. “Na verdade, não aprendi a cozinhar. Sou mais bisbilhoteiro. Desde garoto tive curiosidade. Meu pai cozinhava, meu tio italiano e minha tia, também. Herdei esse prazer. Adoro. Me faz muito bem. Mesmo quando chegava tarde da noite em casa da escola de teatro e tinha de acordar cedo para trabalhar, era diante do fogão que eu relaxava”, assegurou. Residente em São Paulo, Airoldi, que está casado há um ano com a também atriz Carolina Parra (32), vive atualmente na ponte aérea para gravar a novela das 9, no Rio. Mas, no momento, passa duas semanas direto na cidade para apresentar o projeto Teatro de Perto, composto pelos monólogos Café com Torradas, no qual atua e dirige, e Um Segundo e Meio, com texto seu e que estreia na quinta-feira, dia 15, ambos na Caixa Cultural, Centro carioca. Nestas idas e vindas, ele esteve no apartamento, em Copacabana, do amigo e antiquário Rafael Moraes (30). O imóvel pertenceu a Jorge Amado (1912-2001) por 50 anos e ainda mantém as obras e móveis da época em que o escritor morava. Foi lá que Airoldi fez pausa dos compromissos profissionais — ele também acabou de filmar Flores Raras, de Bruno Barreto (57), em que interpreta o jornalista e político Carlos Lacerda (1914-1977) —, recebeu a equipe de CARAS e mostrou seus dons preparando duas iguarias, risoto milanês e fraldinha na cerveja. “São pratos simples que gosto de comer, faço com frequência, às vezes variando o arroz ou o acompanhamento. Simplicidade não significa que seja óbvio”, afirmou.

– Você segue as receitas ou prefere inventar?

– Às vezes, pego uma receita e produzo ‘à la Marcello’. Crio coisas, troco ingredientes por algo mais brasileiro para ver no que dá. Não escolho nada muito complexo, mas comidas populares de outros países me arrisco a fazer. A cozinha é um laboratório de muitos erros, mas é assim que você acerta. O meu perfil é o da experimentação.

– Além de cozinhar, o que gosta de fazer no tempo livre?

– Quem trabalha com teatro ou com processo criativo não tem muito tempo livre, porque durante o ócio vem o insight de uma cena. Meu tempo livre é mesmo para cozinhar. É quando realmente esqueço os problemas que preciso resolver no dia a dia. Quando termino, estou revigorado, sinto que descansei de todas as outras coisas.

– Gosta de cozinhar para sua mulher, Carolina?

– Toda segunda-feira, que é um dia tranquilo para mim. Procuro variar bastante os pratos, sempre mudar o cardápio. Nessa hora, é colocar à prova o amor, comer um prato que não funcionou, ficou duro ou mole demais, existem momentos em que dá tudo errado.

– Como encara o casamento?

– Adoro. Já estou no meu terceiro. Meu irmão fez 25 anos de casado mês passado e eu disse a ele que eu também poderia comemorar, só que não foi com a mesma mulher.

– Vocês pensam em filhos?

– Acho que uma hora, se tiver de ser, será. Não tenho a preocupação de ter filhos só porque cheguei aos 40 anos. Realmente, nunca a tive. Acho que essa ficha não caiu ainda. Estou em cartaz no teatro, faço novela, atuo no cinema, então faltaria tempo para conseguir criar um filho.