O jeito único e irreverente de Kenzo

Dono de carisma e talento inegáveis que concedem prestígio perene no universo da alta moda, mesmo sem realizar desfiles há 11 anos, o estilista japonês Kenzo Takada (71) fez a sua segunda visita a São Paulo. Fundador da marca de perfumes, comésticos e roupas que leva o seu nome - vendida por ele ao grupo Louis Vuitton Moët Hennessy em 1993 - ele veio ao Brasil a convite da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos por meio do programa Texbrasil. Aproveitando a sua presença, a diretora de Marketing da Camicado, Angela Tamiko Hirata (66), amiga pessoal do badalado estilista, o convidou para conhecer uma das 26 lojas da rede, a maior varejista de mesa posta do país. Entre os corredores da filial do shopping Pátio Paulista, Kenzo se encantou com as peças em cores vibrantes. E não só admirou os produtos como se divertiu com eles ao encarnar um samurai com espetos de churrasco no lugar das adagas. "A loja é linda, amei! Adorei os objetos, são superclean. Um ótimo lugar para fazer compras", elogia ele. Nascido na cidade de Himeji, Kenzo vive há seis meses em Mônaco, mas viaja frequentemente a Paris, onde chegou de navio em 1965 e ainda mantém negócios. "Monte Carlo é pequena, mas com muita cultura. Há sempre algo acontecendo", assegura o estilista, na companhia do seu assistente pessoal, Thierry Gaumard (49). Aparentando muito menos idade que os seus 71 anos, Kenzo falou ainda sobre o segredo de tanta vitalidade: as paixões e a carreira de mais de 40 anos. Ele foi recebido pela diretora comercial da marca, Marie Camicado (50), com a sobrinha, Renata Camicado (29), e por Janaina Medeiros de Souza (31), do Texbrasil. - Está tendo uma boa segunda estada em São Paulo? - Sim, amo esse país. Vim para cá várias vezes. Em 2008, para a São Paulo Fashion Week. Antes disso, em 1993, fui ao Rio, a Paraty e a Búzios. Dessa vez, só São Paulo e, pela primeira vez, em Brasília. Tudo aqui no Brasil é lindo. - Como vê o papel brasileiro no mundo da moda mundial atualmente? - A paixão pela moda, não só no Brasil, mas em todo o planeta, se tornou muito popular. Vejo aqui energia, juventude e alto astral. E as mulheres são maravilhosas. Gosto da Gisele Bündchen, sexy e linda. Só não a tive em meus desfiles porque parei antes e, na época, ela era muito jovem. - De 1999 para cá - quando parou de realizar desfiles - como tem sido sua vida profissional? -Tenho muitos projetos em Paris, como a decoração de interiores para o Sofitel. Vou sempre a desfiles de moda no mundo todo e agora estou pintando também.