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A nova rotina de trabalho de Rosana Jatobá, agora na Rádio Globo

Priscilla Comoti Publicado em 27/06/2012, às 07h33 - Atualizado em 28/09/2012, às 16h01

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Rosana Jatobá mostra como é o seu ambiente de trabalho na Rádio Globo - Gabriel Chiarastelli
Rosana Jatobá mostra como é o seu ambiente de trabalho na Rádio Globo - Gabriel Chiarastelli

A jornalista Rosana Jatobá (41) assumiu o novo desafio de trabalhar em uma rádio pela primeira vez em sua carreira e está contente com os resultados. Há pouco mais de um mês, ela começou a apresentar o quadro Tempo Bom, Mundo Melhor, na Rádio Globo, em que tem a chance de falar de um assunto que a encanta há algum tempo: a sustentabilidade. Entre dicas, informação e experiências, a apresentadora conta aos ouvintes um pouco do que aprendeu nesses cerca de cinco anos em que se dedica ao tema, desde que fez um Mestrado em Gestão e Tecnologias Ambientais.

Mas não pense que ir trabalhar em uma rádio foi algo simples para Rosana. Acostumada com o ritmo da televisão, já que trabalhou por 16 anos como repórter e apresentadora de TV, sendo que suas últimas aparições na telinha foram ao comandar a previsão do tempo no Jornal Nacional, ela teve que aprender a falar de um jeito mais coloquial e a utilizar as ferramentas do rádio. E tudo foi superado com sucesso. “Agora estou realizando mais um sonho e feliz por ser pioneira na Rádio Globo”, disse ela, que encabeça um projeto de levar aos ouvintes a conscientização sobre a importância de preservar o planeta. O convite para entrar para a equipe da rádio surgiu um mês depois de deixar a TV Globo, em março deste ano, e marca a estreia dela neste novo meio de comunicação, já que somente teve contato com o veículo radiofônico nas aulas da faculdade de jornalismo.

Mãe dos gêmeos Benjamin e Lara (1 ano e 5 meses), Jatobá lembra como foi a reação das crianças ao escutarem a sua voz no programa pela primeira vez. “Arregalaram os olhos. Uma graça. Disseram os dois: ‘Mamãe’”, contou.

Confira a entrevista de Rosana Jatobá para a CARAS Online e o vídeo dos bastidores na TV CARAS:

- Como surgiu o convite para trabalhar na rádio?

- A Rádio Globo desejava iniciar o projeto de conscientização dos ouvintes para a sustentabilidade, aproveitando o gancho da Rio+20. O Milton Jung, âncora da CBN, é meu amigo. Foi ele quem descobriu a intenção da Rádio e indicou meu nome.

- Foi uma surpresa ou você já saiu da TV com algum contrato?

- O convite surgiu um mês após a minha saída da TV. Fiquei surpresa pela forma rápida como tudo aconteceu. E confesso que me surpreendi com a receptividade tão calorosa. Os executivos da rádio acompanhavam o meu blog sobre sustentabilidade e vislumbraram a possibilidade de transformar aquele conteúdo em comentários radiofônicos.

- Já tinha trabalhado nesse meio? Ficou ansiosa ao aceitar o desafio?

- Meu contato com rádio foi apenas na faculdade. Nunca tive essa oportunidade, até porque o contrato com a TV era de exclusividade. Não fiquei ansiosa, nem preocupada, pois a experiência na TV me deu as ferramentas necessárias para trabalhar com esta nova mídia.

- Como foi a estreia?

- Foi tudo muito tranquilo. Antes de estrear os comentários, dei muitas entrevistas nos programas da casa, falei da vida pessoal, da importância deste novo projeto e dos desafios. Ou seja, me senti em casa. Tenho total liberdade de forma e conteúdo. Estou feliz em poder compartilhar o conhecimento acumulado em cinco anos de estudo sobre sustentabilidade. E o que é melhor: para um público que tem o poder de decidir como fará um consumo mais consciente, mais sustentável. A Rádio Globo é uma potência. Em alguns horários da manhã, ela bate até os mais vistos programas da TV aberta. Posso alcançar uma plateia enorme e que pode construir um novo caminho, mais correto ambientalmente e justo socialmente.

- Quando você anunciou a saída da TV, muitos admiradores ficaram chateados. Já teve retorno do público sobre os primeiros programas na rádio?

- Encontro pessoas na rua que já estão sintonizadas na rádio e curtem o projeto. Mas ainda cobram a minha volta para a TV. Encaro com naturalidade, mas sempre digo que é importante mudar, buscar novos desafios, primar pela qualidade.

- Sente saudade de fazer televisão?

- Ainda é cedo para sentir saudade. Estou aproveitando este tempo para redirecionar minhas atividades e avaliar as perspectivas com calma. Daqui a pouco eu volto. Agora é hora de encontrar e investir em um novo foco. O entretenimento mesclado ao jornalismo é um caminho muito sedutor.

- Como está a sua nova rotina?

- Está mais tranquila. Tenho mais tempo para me dedicar aos meninos, à casa e ao marido. Mas, às vezes, tenho dias tomados por reuniões ou tenho que apresentar um evento fora e fico até três dias longe deles. O coração aperta de saudade...

- Você já colocou os gêmeos para te ouvirem? Como foi a reação deles?

- Arregalaram os olhos. Uma graça. Disseram os dois: ‘Mamãe!’.

- Qual a principal diferença que sentiu entre o rádio e a televisão?

- O desafio agora é falar com jeito mais coloquial e elaborar textos marcantes, já que a mensagem não tem a ajuda da imagem. Ela tem que alcançar o ouvinte por si só.

- Como começou a se interessar por sustentabilidade?

- Tudo começou por causa de uma palestra do Al Gore, no auditório do Ibirapuera. Ele veio ao Brasil falar sobre o livro Uma Verdade Inconveniente. Fui atraída pelo tema como um imã. Em seguida, iniciei o mestrado e passei a escrever em um blog. Daí em diante não parei mais de estudar e falar sobre o tema.

- Como você incentiva seus filhos a terem iniciativas sustentáveis?

- Acho que o exemplo é tudo, mais eficaz do que o discurso. Aqui em casa temos uma horta e compro alimentos orgânicos; faço a coleta seletiva do lixo e levo a um posto de um mercado; incentivo a economia de água e energia; utilizo aparelhos eletrônicos eficientes; e, evito usar o carro. Vou para a academia de bicicleta. Eles crescem num ambiente onde se valorizam os recursos naturais. Vão ser mais responsáveis, naturalmente.