Da camisetinha básica...
Existem peças que podem ser chamadas de básicas pelo simples fato de servirem como base para inúmeras produções. Foi exatamente a partir da escolha desse básico, no caso uma boa e velha camiseta, que o designer americano desenvolveu a sua coleção. A simplicidade das formas e da modelagem pra lá de democrática transcende a casualidade e se transforma em pura representação do que podemos chamar de neo retrô — expressão um tanto contraditória mas perfeitamente plausível no universo Marc Jacobs. Afinal, poucos conseguem garantir um resultado tão moderno, partindo de uma inspiração tão anos 1960. Os conjuntinhos reinam absolutos, no melhor estilo André Courrèges — estilista francês que revolucionou a moda da época com seu visual futurista de modelagens retas, cinturas baixas e grafismos com altos contrastes de cores. O tailleur ganha jovialidade com casacos de barras e mangas encurtadas, e saias de comprimento abaixo dos joelhos, usadas com sapatinhos rasteiros de bico fino: pequenos detalhes que separam uma proposta antiga de um look totalmente atual. As listras estão por toda parte, com espessuras, formas e tons que transformam a silhueta em uma divertida brincadeira de ilusão de ótica. E por falar em silhueta, ela chega ora alongada por vestidos de festa tipo coluna (sempre acompanhados de sapatilhas), ora sensual, nas propostas embabadadas das camisetas de cetim. Nessa atmosfera um tanto nostálgica não poderiam faltar bolsinhas de mão durinhas e — claro — bicolores. Pelo visto, os desdobramentos de uma simples camiseta podem não ser tão simples assim. Viva!