Por opostos que atraem.
Redação Publicado em 21/09/2011, às 13h37 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43
Desde que assumiu o estilo da marca — há muitas temporadas —, a dupla Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli vem colocando em suas criações pontos que misturam nostalgia e modernidade. A ideia de rejuvenescer a label está mais do que concretizada e agora o momento é de dosar as forças entre estes opostos. A atmosfera da coleção transita entre o mundo bucólico da era medieval e o minimalismo visto sob uma perspectiva gótica. O conceito parece complexo, mas a forma se traduz em peças cheias de pequenos grandes detalhes. Começando pela escolha dos tecidos tipo jacquard com incríveis desenhos feitos por fios metalizados para a base de vestidos/casacos, no melhor estilo sessentinha. Destacam-se também os materiais delicadamente rebordados que se transformam em desenhos simétricos. Sem falar no resgate do conhecido, e meio sumido, veludo dévoré. Texturas que se mostram bons substitutos para as estampas. Ainda sobre o veludo, vale ressaltar a forma contemporânea como ele aparece em peças com efeito vazado. Para as modelagens, tudo muito simples — no melhor sentido da palavra. Vestidos retos com mangas longas pedem decotes fechados e costas à mostra. As cinturas estão no lugar e os ombros são romantizados por discretos volumes. Já para os looks duas peças, saias amplas de tule para tops ajustados ou silhuetas alongadas pela parceria mantô mais saião. Eis aí uma bela saída para um visual festa em dia de baixas temperaturas. Uma coleção de pequenas surpresas em tons nude, de inesperadas texturas em preto e com o toque imprescindível do vermelho representado por um único vestido. Cartela de cores que resume a essência de uma marca que não dispensa o passado, e muito menos o futuro.
