As reflexões de Luiza Brunet em sua viagem ao Canadá
Modelo diz não ter medo de envelhecer e conta como se mantém em forma e ativa aos 31 anos de profissão
Redação Publicado em 31/01/2011, às 15h59 - Atualizado em 04/02/2011, às 14h22
Considerada uma das mulheres mais bonitas do Brasil, a modelo Luiza Brunet (48) quebra conceitos em uma época que supervaloriza a juventude em sua área profissional. E se aproxima tranquila da meia-idade vivendo um momento intensamente produtivo. "Fico surpresa e feliz. Não esperava estar na mídia e tão atuante por tanto tempo. Ser criativa no trabalho, não ser uma pessoa totalmente maluca, ter sido casada muito tempo... A minha história de vida me trouxe a este momento após 31 anos de carreira. É muito bom em um País machista estar bem e ser um exemplo de mulher", ressalta ela, durante passeio, em Toronto.
Com a mesma serenidade, também encara o passar dos anos. "À porta dos 50, eu não me preocupo com a questão do envelhecimento. É irreversível ter rugas e não ter mais a vitalidade física das jovens de 20. Me acalenta ver as mulheres poderosas e realizadas que conheço com 60, 70, 80, como Costanza Pascolato e Fernanda Montenegro. Nunca escondi a idade. Vou gostar de fazer 50. Tenho quase 49 e sou apegada à vida, morro de medo de morrer. Só de pensar, me dá arrepio. Temo também não completar minha tarefa como mãe e não ver o Antonio adulto", diz, referindo-se ao caçula de 11 anos. Ela é mãe ainda da modelo Yasmin Brunet (22) - que vive em Nova York -, também da união com o antiquário Armando Fernandez (61), de quem se separou em 2007.
No momento, Luiza conta mais uma vez os dias para a chegada do carnaval carioca, quando será madrinha do baile de gala do hotel Copacabana Palace e pela 16a vez desfilará como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense. "Quando vai se aproximando esta festa maravilhosa, eu não preciso fazer nenhum tipo de preparação especial em relação ao corpo para poder agüentar o ritmo, porque sempre me preocupei com qualidade de vida e malho o ano todo. Então, estou sempre bem (ela pesa 62kg em 1,76m)", garantiu a modelo, que, durante seu passeio na cidade canadense, manteve um antigo hábito. "Durmo pouco quando viajo. Acordo cedo e tento aproveitar o máximo. Gosto de ver moda, conhecer um pouco da cultura local", explicou ela. Desta vez, Luiza visitou lugares como o Royal Ontario Museum. "Me interesso em ver filmes e documentários sobre os dinossauros", disse diante do esqueleto de um tiranossauro. E se emocionou também com a imponência da Casa Loma. "Este local impressiona pela história de um homem extremamente apaixonado que construiu um castelo para sua mulher. Isso não acontece mais", acrescentou Luiza. Ela, que longe do Brasil também não escapa de olhares masculinos, fez compras ainda na Holt Renfrew, loja de departamentos de grandes marcas, onde foi atendida em espaço reservado para clientes vips.
- Apesar de todos os elogios, como você se vê?
- As pessoas têm a ideia preconcebida de que sou a perfeição, não é bem assim. Não sou como imaginam. Tenho defeitos que são ocultos e eu não quero contar. Mas estou bem para a minha idade, sem aspecto artificial.
- É contra a plástica?
- A cirurgia para a mulher complementa a beleza, principalmente com aquela que se preocupa demais. Admiro as que foram naturais a vida inteira, como Brigitte Bardot. Ela optou por cuidar de animais, viver na tranquilidade. Ao mesmo tempo, tem a Sophia Loren esplendorosa, que fez plástica para conservar a beleza e com coerência consegue ter jovialidade a longo prazo, é uma figura agradável de se ver. Eu não tenho medo, nem sou contra. Mas ainda não é a hora. Depois que tive a Yasmin, amamentei durante um ano, e aí resolvi colocar o silicone. Há quase três anos eu diminui a prótese de 250 para 150 ml. A mulher, quando vai ficando mais velha, quanto menos melhor, porque fica um aspecto jovial. As pessoas não percebem, porque mudei o corpo através do pilates e venho me cuidando. O todo está mais harmonioso.
- E como mantém a forma?
- Desde jovem, faço exercícios. Para mim, é fundamental, porque sou hiperativa, preciso jogar essa energia para fora. E me sinto bem. Hoje em dia, faço pilates e musculação, respectivamente quatro e duas vezes por semana. Também adoro caminhar. Há tempos que tenho planos de fazer o Caminho de Santiago, na Espanha, e acho que está chegando a hora, até porque não vou aguentar fazer com 50 anos. (risos)
- E a alimentação?
- Nunca fiz dieta radical de ficar sem comer ou só ter à mesa umas folhinhas com grelhado. Tenho uma alimentação bastante saudável, gosto de comidas feitas na minha casa. Normalmente, almoço e janto cedo. É um hábito que conservo da infância. Quando saio para jantar tarde, normalmente já comi algo antes. Então, na rua, só escolho uma saladinha e uma sobremesa. Não retiro nada da alimentação, nem tenho restrição.
- Luiza, você ainda pensa em se casar novamente?
- Até sinto falta de um marido e daquela rotina diária. Mas casar de novo não está nos meus planos. É bom ficar sozinha, ter meu espaço, e, ao mesmo, tempo um namorido (mistura de namorado com marido). Já sei que de outro jeito não funciona tão bem. Por enquanto, estou tranquila sem ninguém. As pessoas ficam surpresas, mas outros interesses me preenchem como ficar com meus filhos, cuidar da casa. Estou feliz assim.
- Como esse próximo parceiro deve ser para conquistá-la?
- Ah, não estou com cardápio pronto. (risos) Às vezes, a pessoa não tem nada daquilo que você imagina e acontece a magia inexplicável, se apaixona sem saber por que. Aprendi com o tempo que não conseguimos transformar ninguém. Temos de aceitar o outro com seus defeitos e as coisas boas.
- Quais são os seus?
- Sou exigente, impaciente, imperativa, chatérrima. (risos) Mas sou divertida, me adapto a todas as situações, gosto de cozinhar, arrumar a casa. Mesmo com defeitos graves, tenho grandes qualidades.
- Está mais seletiva?
- Sou assim desde meus 17 anos. Já sabia que gostava de homens interessantes e maduros. Continuo assim. (risos) Posso olhar um bem mais jovem e falar: "Que rapaz bonito...", pelo frescor que atrai. Mas não terei o mínimo interesse para me relacionar com ele.
- Você é muito assediada?
- Principalmente pelos jovens. Mas não acho graça. Fico constrangida quando um garotão solta um elogio. É como se meu filho estivesse me paquerando. (risos)
- Os homens chegam, você está disponível. Então, o que falta?
- Minha consciência fala mais alto. Não sou mulher de sair com um cara hoje e outro amanhã. Sou conservadora no que diz respeito à relação e casamento. Quando desejei filhos, quis ter com o mesmo homem. Não combina comigo filhos com maridos diferentes. Hoje, isso é natural. Vou morrer conservadora e sozinha, criando os netinhos. (risos)
- Torce para ser avó?
- Esse é o complemento que a gente espera quando tem filho. Não vai me pesar em nada. Mesmo assim, eu não peço a Yasmin e ela acha cedo. Mas quando me der um neto, vou ficar felicíssima.
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