Já faz algum tempo que a humanidade percebeu que as crianças não são mini-adultos. Por isso é que nós vemos por aí tanta coisa feita exclusivamente para elas. No entanto, na área do design, principalmente o de mobiliário, somente agora estão sendo feitas peças que se adequam não apenas ao tamanho delas, mas também às suas necessidades. Alguns designers conseguiram entender, finalmente, que a primeira infância é um período de aprendizado muito intenso, e que o espaço onde essa criança vive deve colaborar com seu desenvolvimento. Segundo um estudo desenvolvido por Edward Melhuish, professor de Desenvolvimento Humano na Universidade de Londres, os objetos e a maneira como eles estão inseridos na vida das crianças são muito importantes para a aprendizagem e o desenvolvimento delas. Há, inclusive, pesquisas indicando que as oportunidades de aprendizado que os pequenos encontram nos ambientes onde vivem (como sua própria casa, a casa dos avôs e até mesmo a escola) são mais valiosas que a educação ensinada pelos pais e pelo contexto social a que pertencem Na Espanha, a arquiteta Solange Espoille desenvolve um trabalho visando exatamente isso. Ela usa a linguagem arquitetônica como método educativo, e faz com que os pequenos compreendam mais facilmente o mundo a sua volta. Durante esse processo de aprendizagem, as crianças desenvolvem sensibilidade para compreender a diferença entre espaços públicos e privados, interiores e exteriores, entendem a relação entre a natureza e o que foi construído pelo homem, e o que sustentabilidade tem a ver com qualidade de vida. As crianças experimentam o mundo por meio de seus sentidos, principalmente pela visão (por isso a preferências por cores primárias em tudo relacionando ao universo infantil - elas são mais estimulantes) e o tato (com certeza você já percebeu o quanto os pequenos gostam de tocar e pegar em tudo). Consequentemente, o design para crianças deve ser muito bem pensado, já que é explorando com suas mãozinhas que elas desenvolvem equilíbrio, coordenação e força, entendendo a relação entre seus corpos e o espaço. Muito do design de móveis infantis se concentrou no tamanho e na acessibilidade, mas isso não é suficiente. É preciso que o mobiliário dos pequenos seja mais uma ferramenta para estimulá-los, e se seus pais souberem disso desde cedo, com certeza criarão pessoas que serão capazes de resolver seus problemas com mais facilidade no futuro. Na galeria de fotos aqui da coluna, eu postei imagens de alguns móveis que já foram criados tendo esse pensamento como base. A grande maioria deles é assinada por designers internacionais - alguns até consagrados, como é o caso do simpático elefante de Charles e Ray Eames. E se você quer ficar sempre por dentro de assuntos como esse, acesse o meu blog, onde posto diariamente notícias sobre arquitetura, decoração e design (www.monicabarbosa.com.br) - nos vemos por lá!