Instituto da Visão oferece avaliação a quem tem degeneração macular
por <b>Cristina Muccioli</b> (CRM - 61.819). Publicado em 28/04/2009, às 12h29 - Atualizado em 29/06/2010, às 18h43
Amácula é a porção central da retina. É a mácula que nos permite uma visão central detalhada. Infelizmente, como ocorre com outras estruturas oculares, ela pode se deteriorar, o que caracteriza a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
A doença ocorre em homens e mulheres em geral após os 50 anos. Pode manifestar-se em um ou nos dois olhos. Há duas formas de DMRI: a seca, ou atrófica, que constitui 85% a 90% dos casos, e a úmida, ou exsudativa - 10% a 15% da incidência. Caracteriza-se o tipo seco ou atrófico quando ocorre uma deterioração gradual da retina central ao longo dos anos. Já o tipo úmido se caracteriza pelo surgimento de novos vasos sanguíneos sob a mácula. Eles incham e se rompem, a área se "inflama" e acaba formando tecido cicatricial, duro, o que não permite que a imagem captada pelos olhos atinja a mácula, levando à perda permanente da visão central. Às vezes, não se sabe por quê, a DMRI seca se transforma em úmida.
Os sintomas da doença são: aparecimento de um ponto escuro no centro da visão; as linhas retas passam a ser vistas como onduladas; as cores se tornam pálidas; e surgimento da sensação de visão distorcida.
Ainda não se descobriu a causa da degeração macular. É provável que as pessoas já nasçam predispostas a desenvolvê-la. A doença apresenta traços familiares, isto é, quanto alguém a tem, pode ser que outras pessoas da família a tenham tido ou venham a tê-la. Pesquisas mostram que estão mais suscetíveis à DMRI quem tem mais de 40 anos; é do sexo feminino; pessoas, em especial as de olhos claros, que se expõem à luz solar em excesso; os fumantes; quem tem ou já teve casos de degeneração macular na família; portadores de doenças cardíacas; e aqueles que consomem poucas frutas e vegetais. Pesquisas mostram que, na questão da dieta alimentar, é muito importante fazer uma suplementação de ômega-3 e de outros micronutrientes.
A DMRI é a principal causa de cegueira após os 50 anos no mundo ocidental. Afeta cerca de 500000 pessoas anualmente em todo o planeta. Embora tenha uma prevalência menor que a forma seca, a neovascular, ou exsudativa, é responsável por cerca de 80% de cegueira sob o ponto de vista legal por DMRI. Leva à perda da visão central, mas a lateral raramente é afetada. No caso da seca, a perda da visão é gradual; já na úmida, pode ocorrer em semanas, no máximo meses. Não há como evitar a degeneração, mas podese tratá-la e evitar a perda total da visão central.
Quem tem casos de DMRI na família deve fazer check-up dos olhos na periodicidade indicada pelo médico. Pessoas com sintomas, de outro lado, precisam ir logo ao oftalmologista. A degeneração ainda não tem cura, mas, se descoberto no início, o tipo úmido pode ser controlado com remédios. O tratamento é feito com injeções, aplicadas no olho.
Vale destacar que há vários medicamentos para o tratamento de DMRI, mas ainda é necessário identificar qual é o mais eficaz para cada caso. O Centro de Pesquisas do Departamento de Oftalmologia da Unifesp, aliás, participa de uma pesquisa mundial sobre a eficácia de um novo remédio para o tratamento de DMRI úmida. Portadores interessados em participar do estudo podem se informar ou se inscrever pelos seguintes telefones: (011) 5572-6443 e 5084-5878.