O Ministério da Saúde está implementando um plano de ação para o Brasil enfrentar a dengue no verão. Algumas das medidas são: incentivo financeiro a 989 municípios com maior número de casos para que ponham em prática um plano de prevenção e controle da doença e o monitoramento da epidemia em todo o País pelas redes sociais.
A preocupação, aliás, se justifica. Os números do próprio Governo indicam que o Brasil poderá ter no verão, período em que as chuvas são mais intensas, uma grande e grave epidemia da doença. “E por que isso poderá ocorrer?”, você poderia perguntar. As razões são duas: a) existe hoje uma enorme população do mosquito Aedes aegypti até nos grandes centros urbanos brasileiros; e b) já circula pelo País o tipo 4 do vírus que causa a doença.
Os vírus da dengue, como você deve se lembrar, sobrevivem em doentes. Os Aedes aegypti os picam, contraem os vírus e os repassam a humanos sadios aos picá-los. Quando uma pessoa contrai um dos vírus e se cura, ganha imunidade contra ele para sempre. Mas, ao contrair outro, seu organismo pode reagir de maneira mais intensa e produzir anticorpos em excesso, tornando os vasos mais permeáveis, o que possibilita o extravasamento de fluidos. Isso caracteriza uma forma mais grave da dengue, conhecida como hemorrágica. Muitos brasileiros já têm imunidade contra os vírus números 1, 2 e 3. Mas niguém tem, ou poucos têm, imunidade contra o tipo 4, pelo fato de que chegou ao País faz pouco tempo. “Grande população de Aedes aegypti” mais “vírus novo em circulação”, portanto, é igual a risco de epidemia com grande número de casos de dengue hemorrágica, ou seja, mais grave. E o pior é que a mortalidade por essa forma da doença no Brasil, pelas deficiências do sistema público de saúde, é de cerca de 7%, a mais elevada do planeta.
Estados e municípios estão traçando suas estratégias para o enfrentamento da situação. Mas é fundamental que você também participe. Para se multiplicar, o Aedes aegypti precisa de calor e de água limpa parada. Por isso, não acumule água sob vasos de plantas em casa. Não jogue nas ruas nem deixe no quintal pneus e objetos como garrafas, que também podem acumular água das chuvas. As caçambas nas ruas são grandes criadouros de mosquitos. Por isso as prefeituras precisam exigir que os usuários as esvaziem constantemente.
A dengue, como disse, é causada por vírus. A picada do mosquito ocorre mais de manhã. De 70% a 80% das pessoas picadas não desenvolvem a doença. Mas, ao contraírem outro tipo do vírus, podem ter a forma hemorrágica. É possível saber se se tem anticorpos contra algum dos vírus com exame de sangue.
Os sintomas da dengue são: dor intensa pelo corpo, dor de cabeça, dor ao movimentar os olhos e febre. Crianças com a doença às vezes ficam muito irritadas e choronas. Já os sintomas da dengue hemorrágica são manchinhas vermelhas na pele, indicação de hemorragia; dor abdominal; pressão baixa; náuseas; vômitos; e sangramento.
Pessoas com estes sintomas, em especial no verão, devem ir ou ser levadas logo ao serviço de emergência de um bom hospital. O tratamento da dengue consiste em combater os sintomas e manter a pessoa sempre muito bem hidratada. Não se usa anti-inflamatórios nem analgésicos que contenham ácido acetilsalicílico na fórmula em portadores da doença, porque favorecem as hemorragias.