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Etimologia

Redação Publicado em 05/09/2011, às 18h44 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Brasiliense: de Brasil, mas a partir do nome de nosso país em latim, Brasilia, que aportuguesado, com acento no “i”, veio a designar a atual capital brasileira. Brasiliense e braziliense foram usados como alternativas a brasileiro, nosso adjetivo pátrio. O sufixo “-eiro” indicou originalmente o comerciante de pau-brasil e não nossa nacionalidade. Assim, o primeiro jornal foi o Correio Braziliense e o atual Hino da Indepedência chamou-se inicialmente Hino Constitucional Braziliense.

Conto: do latim computus, conta, enumeração. O étimo de putare, julgar, está presente nesta palavra e também em computare, contar, que ganhou o sentido de narrar pela enumeração de acontecimentos e detalhes em uma história. O conto de fadas, que precedeu as narrativas literárias curtas, tem sua grande referência no dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), que escreveu 156 contos infantojuvenis. Sua influência é tão grande que o dia de seu nascimento, 2 de abril, é o Dia Internacinal  do Livro Infantil. Os contos mais conhecidos de Andersen são: O Patinho Feio, A Pequena Sereia e O Soldadinho de Chumbo. Também os irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859), alemães, recolheram e reescreveram fábulas que podem ser lidas como contos infantojuvenis. Os mais conhecidos são: Branca de Neve, Cinderela, A Bela Adormecida e Rapunzel.

Garbo: do italiano garbo, talvez com raízes no árabe qalib, modelo, molde. Tomou o significado de cortesia, amabilidade. Aparece na última estrofe do Hino da Independência do Brasil: “Parabéns, oh brasileiros/ Já, com garbo varonil/ Do universo entre as nações/ Resplandece a do Brasil”. A primeira estrofe também foi escrita com palavras rebuscadas e sintaxe arrevesada, como era próprio do estilo epocal: “Já podeis da pátria, oh filhos/ Ver contente a mãe gentil/ Já raiou a liberdade/ no horizonte do Brasil”. “Mãe gentil”, qualificando a pátria, aparece também no Hino Nacional, em que está presente a mesma metáfora da liberdade como Sol, “raios fúlgidos”, e a luz e o brilho implícitos no conceito: “do universo entre as nações/ resplandece a do Brasil”.

Helicóptero: do francês hélicoptère, aeronave de asas rotativas, ditas móveis, ao contrário das do avião, que se ergue verticalmente do solo e se desloca para cima, para baixo e para os lados. O francês aproveitou os compsotos gregos héliks, hélice, movimento circular, da raiz indo-europeia wel/welw-, rolar, rodar, e pterón, pena, penacho, pluma. A invenção do helicóptero se deve a franceses, alemães e ingleses, mas quem realmente fez por merecer a sua invenção foram o alemão Anton Flettner (1885-1961) e o russo Igor Ivanovich Sikorsky (1889-1972), em 1909.

Perfídia: título de famoso tango, aparece em sofisticados versos do Hino da Independência: “Os grilhões que nos forjava/ Da perfídia astuto ardil/ Houve mão mais poderosa/ Zombou deles o Brasil”. Naqueles anos, apenas a elite culta e frequentadora dos palácios conhecia palavras tão raras. Em quatro pequenos versos, três palavras são incompreensíveis para incultos: perfídia, astuto, ardil. Também a inversão sintática atrapalha a comprensão. Na ordem direta ficaria assim: o astuto ardil da perfídia forjava grilhões para nós. Mas apareceu mão mais poderosa (e) o Brasil zombou deles (dos grilhões). Grilhões eram correntes de ferro para prender condenados ou escravos. Ardil é armadilha, cilada. E perfídia é traição.

Televisionar: de televisão, do francês télévision e do inglês television, palavras surgidas respectivamente em 1900 e 1907, fez-se este verbo que designa o ato de transmitir programas à distância pela televisão. As transmissões feitas por canais abertos, mais populares, contrastam com aquelas realizadas por televisão a cabo, efetuadas pela primeira vez por John Watson (1914-1993) e sua mulher, Margaret, proprietários da Companhia de Serviços Elétricos de Mahanoy City, na Pensilvânia. Ele instalou uma antena no alto de um morro e fez a imagem chegar lá por cabo, mas no caminho conectou as casas de vários de seus clientes a esse cabo central. Hoje a televisão a cabo está presente em 60% das residências nos EUA e na Europa e em muitas no Brasil.