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Etimologia

Redação Publicado em 02/04/2013, às 11h42 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Bota: do Francês botte, calçado de couro ou de plástico que cobre o pé, parte da perna e por vezes também um pedaço da coxa. Está presente na expressão “bater as botas”, morrer, devido aos espasmos à hora da morte, observado por quem criou a expressão, um anônimo. O Frâncico tinha botan, empurrar, golpear, que deu boter em Francês, com iguais significados. Bota, significando odre, tem outra origem, o Latim tardio buttis, pipa, tina. Sempre jocoso, o jornalista gaúcho Aparício Torelly, mais conhecido por Barão de Itararé (1895-1971), diz em um de seus aforismos: “O Português é uma língua difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota, e bota é uma coisa que se calça.”

Cochilar: de origem controversa, provavelmente de dialetos trazidos pelos escravos vindos de Angola, aos quais a cabeça, balançando por força do sono, parecia dançar. Este verbo é kutchila na língua falada na província angolana de Benguela. O Quimbundo tem koxila, dormitar. Pode ter havido mescla entre as duas origens. Cochilar é tirar um sono curto, entrecortado várias vezes, e também bobear, distrairse, perder oportunidades. Na fraseologia portuguesa, existe uma expressão que ilustra as perdas com o cochilo. É “cochilou, o cachimbo cai”, nascida provavelmente da seguinte observação: alguém estava fumando cachimbo, cochilou, o cachimbo caiu.

Estola: do Grego stolé pelo Latim stola, veste sacerdotal, de lã ou de seda, vestida à moda de um manto, vindo até os joelhos. Sua cor varia de acordo com a época do calendário litúrgico. Foi originalmente um xale usado pelas matronas romanas e pela classe alta. O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio (76), eleito papa no conclave realizado em março, quando adotou o nome de Francisco, apareceu já paramentado após o anúncio clássico (“Habemus papam”, “Temos papa”), vestindo uma estola vermelha com fios dourados, símbolo da autoridade suprema e do poder espiritual. Filho de imigrantes italianos do Piemonte, o ferroviário Mario Bergoglio e a dona de casa Regina Maria Sivori, ele é mestre em Química e doutor em Teologia. 

Língua: do Latim lingua, designando tanto o órgão de homens e animais, com o sistema de comunicação verbal, a maneira de falar e de escrever de um povo. Mas, ao conquistar a Grécia, os antigos romanos trouxeram a palavra grega glossa, língua, cuja variante era glôtta. Esses étimos estão presentes em glossário, do Latim glossarium, designando livro que explica o significado de palavras de uso mais raro ou de uso específico de alguma atividade. A língua é mais importante do que o território para formar e conservar uma nacionalidade, como demonstram o Hebraico e o Iídiche.

Mecenato: do Francês mécénat, designando apoio, especialmente financeiro, prestado por pessoas físicas ou jurídicas, para a realização de obras ou eventos artísticos e culturais. Na Antiguidade, o estadista romano Mecenas (60 a.C.-8 d.C.), cujo nome está no étimo da palavra, protegeu escritores como Virgílio (70-19 a.C.) e Horácio (65-27 a.C.). No Brasil, praticou célebres mecenatos o jornalista, político, magnata das comunicações, empresário paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (1892-1968), falecido aos 75 anos, em São Paulo, no dia 4 de abril. Teve grande influência entre as décadas de 40 e 60 do século passado. Dono de muitos jornais, foi ele quem trouxe a televisão para o Brasil. Fundou também o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Ele nasceu no dia 4 de outubro, dedicado ae São Francisco de Assis (1181-1226), de quem sua mãe era devota, daí o nome. Chateaubriand lhe foi acrescentado pelo pai, admirador do poeta e pensador francês François-René Auguste de Chateaubriand (1768-1848).

Probo: do Latim probus, honrado, íntegro, leal. Foi originalmente palavra formada do prefixo latino pro, somado a bhos, adaptação da raiz indo-europeia bheu, crescer. O mesmo étimo está presente em aprovar, comprovar, reprovar, desaprovar e em réprobo, antônimo de probo. No Decálogo do Promotor de Justiça, aprovado no II Congresso Interamericano do Ministério Público, em 1956, probo aparece no terceiro mandamento: “Sê probo. Faze de tua consciência profissional um escudo invulnerável às paixões e aos interesses.”