O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) estão promovendo a campanha “Menos sal. Sua saúde agradece!”. O objetivo é conscientizar consumidores e também empregados dos estabelecimentos comerciais sobre os malefícios do consumo excessivo do sal.
A situação preocupa e precisa mesmo mudar. Dados da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição, do Ministério da Saúde, indicam que o consumo diário do produto no País é de 12 g, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 5 g.
O sal é constituído de cloro e sódio, que ao se unirem formam o cloreto de sódio. O sal refinado de cozinha nada mais é que cloreto de sódio. Embora a embalagem de uma ou outra variedade do produto informe que tem minerais, a quantidade é tão pequena que isso se torna irrelevante. Além disso, o sal é fonte de iodo. Pessoas que moram em regiões com acesso restrito ao sal ficam mais suscetíveis a desenvolver bócio, doença que se caracteriza pelo crescimento da glândula tireoide, no pescoço, por carência de iodo. Como favorece a retenção de líquidos no organismo, o sal serve também para manter constante o volume de sangue circulante. Por isso não se recomenda sua eliminação total da vida humana. Mas em excesso traz muitos prejuízos à saúde do coração.
Os brasileiros ingerem sal em demasia ao salgar os alimentos e quando consomem alimentos industrializados. Como você sabe, o sódio é um ótimo conservante de alimentos. Por isso é posto em alimentos congelados e industrializados, como carnes processadas e embutidos, macarrões instantâneos, sopas em pó, biscoitos, temperos e molhos.
O principal problema do consumo de sódio em demasia, mostram as pesquisas, é que pode causar hipertensão arterial. Também agrava a doença em quem já a tem e dificulta o tratamento. Para você se lembrar, pressão arterial é a força que o sangue exerce sobre as paredes das artérias ao circular por elas. É medida em milímetros de mercúrio (mmHg) quando o coração se contrai e bombeia o sangue (pressão arterial máxima — número maior) e no momento em que relaxa (pressão arterial mínima — número menor). Considera-se normal uma pressão arterial de até 140 mmHg (“catorze”) por 90 mmHg (“nove”). Quem tem um ou os dois valores maiores ou iguais a isso é portador de hipertensão arterial, ou pressão alta.
A hipertensão pode provocar insuficiência cardíaca e renal, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). O consumo excessivo de sal aumenta também o risco de câncer nos rins e no estômago.
E o mais grave é que em 90% dos casos a hipertensão não produz sintomas. Os sintomas de alerta, que se manifestam só em 10% dos casos ou quando ela já está mais grave, são dor de cabeça, tontura, falta de ar ou dor no peito. Mas é preciso destacar que, às vezes, o primeiro sintoma já pode ser insuficiência cardíaca ou renal, ou AVC.
As empresas produtoras de alimentos se comprometeram a diminuir aos poucos a quantidade de sódio que colocam neles. Mas não espere, porque vai demorar anos e pode ser tarde para sua saúde. Comece a fazer sua parte agora, diminuindo o consumo de sal. Pessoas com história familiar de hipertensão, finalmente, a partir dos 18 anos devem medir a pressão pelo menos uma vez por ano.