Coragem e amor de Regina Duarte ao seu ofício

Dama da teledramaturgia, dona de personagens inesquecíveis, como a Viúva Porcina, de Dias Gomes (1922-1999), e as Helenas, de Manoel Carlos (79), Regina Duarte (65) elegeu o palco para celebrar os 50 anos de carreira, em première cercada por amigos e pela filha, a atriz Gabriela Duarte (38), no Teatro Raul Cortez, em SP. É também sua estreia na direção, a “cereja do bolo” dessa montagem tão especial, já que o texto escolhido por ela, Raimunda, Raimunda, é extraído da quadrilogia do piauiense Francisco Pereira da Silva (1918-1985), que homenageia as raízes de Regina. “A história me remete ao universo do meu pai, Jesus Duarte, que era cearense. Traz o clima de circo do interior, dos anos 1950. Vivi tudo isso que é mostrado em cena”, conta ela. “Acho que a direção, esse momento novo da vida dela, lhe trouxe um gás. Ela está superfeliz e isso transparece”, diz Gabriela.

Logo à entrada da sala de espetáculos, uma surpresa. Estrela e elenco podem ser vistos aquecendo corpo e voz atrás de uma “parede” de gaze. A proximidade e a desmitificação da diva prosseguem na vibrante encenação, com Regina organicamente integrada aos seus ótimos colegas de cena — André Cursino (36), Creo Kelab (40), Allan Souza Lima (26), Henrique Pinho, Rodrigo Becker, Ricardo Soares, Rodrigo Candelot (38) e Saulo Segreto.

Na plateia, comentários elogiosos sobre a performance. “Ela prova que é grande e inquieta, sempre inovando. Um exemplo”, diz o apresentador Amaury Jr. (64). Para Adriana Lessa (41), foi dia de matar saudades da diva em cena: “Foi lindo ver Regina se divertindo, mesmo com a tensão da estreia.”